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10/Jun/2019

Altas do preço já cobre os custos da 2ª safra 2019

Diante da expectativa de obter uma boa produtividade na atual 2ª safra de 2019 e ao perceber a cotação subir no fim de maio, de R$ 24,00 por saca de 60 Kg para R$ 27,00 por saca de 60 Kg, alguns produtores de Mato Grosso do Sul optaram por desovar todo o estoque da safra passada. No dia 3 de junho, as cerealistas e tradings pagavam R$ 28,00 por saca de 60 Kg e alguns agentes travaram neste valor uma parcela da 2ª safra de 2019 que começa a ser colhida agora. Com estas decisões, os produtores praticamente cobriram o custo de produção. Até o mês passado, o cenário era preocupante em termos de preço. Mas, alguns fatores mudaram o quadro. Neste momento, o produtor tem de ser consciente e negociar para cobrir custos, pois não se sabe até quando estes valores se sustentam. O receio não se limita apenas às oscilações de mercado, mas também às variações do clima, sobretudo diante de riscos de geadas (comuns entre junho e julho no sul do Estado) e uma seca mais rigorosa na entrada do inverno.

Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), em 10 dias, o valor do milho no Estado subiu mais de 16%, em média e alguns produtores negociaram. Esta postura começa a ser sentida na comercialização antecipada. Até o final de maio, 32% da safra de milho de 2019 já estava vendida. Movimentando média de 700 mil toneladas por ano de milho (cerca de 7% do que Mato Grosso do Sul estima colher na atual safra), a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul), já havia travado, em abril deste ano, 30% da previsão da safra 2019 de seus 1.146 associados, a uma média de R$ 29,00 por saca de 60 Kg, em operações de barter (fornecimento de insumos mediante pagamento com grãos na pós-colheita). Em maio, o milho flutuava na casa dos R$ 24,00 por saca de 60 Kg quando saltou, no fim daquele mês, para R$ 27,00 por saca de 60 Kg. Em 10 dias, os produtores negociaram mais 5% de seu volume previsto. Para os próximos dias, a volatilidade nos preços será determinada por dois fatores externos e um interno: a demanda internacional pela compra do cereal, os números finais do plantio da safra norte-americana e o andamento da reforma da Previdência no Brasil, que pode influenciar na variação do câmbio.

O mercado de intermediação também ficou atônito com a inesperada alta do milho. Acostumada a adquirir o cereal apenas quando o preço recua, a cerealista Agrícola Panorama, de Maracaju, suspendeu temporariamente as compras. O último negócio foi em meados de maio, quando foi pago R$ 25,00 por saca de 60 Kg, para entrega entre julho e agosto. A empresa concentra mais negócios no barter para repasse dos grãos às tradings. A média é de um movimento anual de 1,2 milhão de sacas de 60 Kg (72 mil toneladas). Na virada de maio para junho, alguns compradores na região chegaram a fazer negócios a R$ 30,00 por saca de 60 Kg, com despesas de entrega por conta do produtor. No entanto, a avaliação é de que o preço tende a se estabilizar em um patamar considerado justo para a cadeia produtiva. Patamares acima de R$ 25,00 por saca de 60 Kg favorecem os produtores. No travamento para a safra de 2020, R$ 28,00 por saca de 60 Kg pode ser considerado um valor justo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.