17/Jun/2019

O plantio de milho nos Estados Unidos está bastante atrasado por causa de inundações no Meio Oeste do país, o que pode levar a uma redução da oferta e fazer com que os preços terminem o ano no maior nível em cinco anos. Essa alta dos preços, porém, pode resultar em novos desafios para os produtores. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os produtores tinham semeado 83% da área total prevista até o dia 9 de junho, ante 99% na média dos cinco anos anteriores. Cerca de 3,4 milhões de hectares no leste do Meio Oeste e 2,6 milhões no oeste da região ainda não foram semeados. Por qualquer parâmetro, essa é historicamente a maior área ainda não semeada registrada nesta época do ano. O vencimento julho do milho na Bolsa de Chicago fechou em US$ 4,42 por bushel na quinta-feira (13/06), o maior nível de junho e quase 18% acima do fechamento de 31 de dezembro de 2018, de US$ 3,75 por bushel.

Normalmente, o país teria encerrado o plantio há duas semanas. Esta é uma situação muito preocupante para a safra de milho dos Estados Unidos. Nunca houve tanto atraso ou uma situação tão desafiadora. Fortes chuvas nas Grandes Planícies e no Meio Oeste causaram inundações em maio e atrasaram bastante o plantio de milho. A maior parte da safra foi semeada em solo úmido e frio, o que não é vantajoso para a produtividade. No dia 11 de junho, o USDA reduziu significativamente suas estimativas de produção, rendimento e área para o milho, e mais cortes são esperados no futuro. A previsão para a safra de milho foi reduzida em mais de 34 milhões de toneladas para 347,49 milhões, o que seria o menor volume em quatro anos. A oferta de milho dos Estados Unidos vai ficar mais apertada, e os agricultores podem ainda segurar o grão e provocar uma escassez.

O vencimento dezembro pode chegar a US$ 5,05 por bushel no fim do ano. Este seria o maior nível desde maio de 2014. Porém, o milho norte-americano vem enfrentando concorrência global cada vez maior e a indústria doméstica de etanol, que consome cerca de um terço da safra, não pode arcar com preços mais altos de matéria-prima. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. A destruição da demanda causada por um milho de mais de US$ 5,00 por bushel não deve ser subestimada. Os preços devem se beneficiar de menor produção numa situação em que a demanda é constante, mas há muitos outros fatores a considerar, como negociações comerciais por exemplo. No entanto, a menor produção é pode favorecer os preços e representa o primeiro passo para que vencimento dezembro se mova em direção aos US$ 5,00 por bushel. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.