ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Jun/2019

Tendência de preços sustentados pela exportação

Apesar da 2ª safra volumosa no Brasil, a quebra da safra de milho 2019/2020 nos Estados Unidos tem sustentado os preços internos e levado alguns produtores até a aumentarem suas indicações de preços. A tendência é altista para os preços no médio e no longo prazo, com a alta das cotações futuras se refletindo em aumento dos valores nos portos brasileiros e aquecimento das exportações. Os compradores do mercado interno estão abastecidos e adquirem o grão apenas em caso de necessidade. Os produtores estão ocupados em entregar lotes vendidos antecipadamente e só devem mostrar novas ofertas caso os preços sejam considerados compensadores. A demanda do mercado interno, por ora, é fraca. Boa parte das empresas já comprou antecipadamente volumes para receber nesta época do ano.

Os vendedores também estão em situação confortável e consideram o preço atual atraente, mas querem primeiro cumprir os contratos fechados há algum tempo para poder contabilizar o que sobrou para negociar. Mesmo com o avanço da colheita, os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões, sustentados pelo bom ritmo das exportações nacionais. Nos 10 primeiros dias úteis deste mês, o Brasil exportou 173,2 mil toneladas de milho, volume 21,3% superior ao embarcado em todo o mês de junho de 2018. Na parcial da safra (de fevereiro/2019 a junho/2019), as exportações somam 4,2 milhões de toneladas, praticamente o dobro do volume embarcado no mesmo período do ano passado. Para os próximos meses, a expectativa é de que as vendas externas sigam firmes.

O fundamento vem da maior competitividade do milho brasileiro no mercado externo. Os preços nos portos nacionais seguem abaixo dos norte-americanos e argentinos. Além disso, o clima adverso nos Estados Unidos pode prejudicar as lavouras de milho e favorecer as vendas do Brasil. Diante disso, alguns vendedores mostram maior interesse em negociar para exportação. Nos últimos sete dias, especificamente, as quedas nos preços externos e do dólar frente ao Real estão limitando o ritmo de negociações nos portos, o que reduziu pontualmente as cotações. Quanto aos preços, nos últimos sete dias, nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as altas são de 0,1% e de 0,6%, a R$ 39,36 e a R$ 39,82 por saca de 60 Kg, respectivamente. Para entrega e pagamento nos meses de agosto, setembro e outubro, os preços são mais altos (até R$ 42,00 por saca de 60 Kg, para embarques nos dois portos).

Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (preços pagos ao produtor) registram alta de 3,6% e, no mercado de lotes (negociação entre empresas), de 3,7%. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F registra alta de 3,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 38,71 por saca de 60 Kg. Na B3, os valores apresentam forte queda, pressionados pela expectativa de maior oferta nos próximos dias. O contrato Julho/2019 registra desvalorização de 3,2% nos últimos sete dias, a R$ 37,13 por saca de 60 Kg; o contrato Setembro/2019 apresenta recuo de 3,9%, a R$ 37,69 por saca de 60 Kg. No Brasil, as condições climáticas são favoráveis e os trabalhos de colheita do milho 2ª safra de 2019 têm boa evolução.

Na Argentina, a colheita de milho avançou apenas 1,9% na comparação com a semana anterior, atingindo 44,2% da área cultivada. O avanço tímido se deve a chuvas nas principais regiões produtoras. Por outro lado, o rendimento das lavouras segue em bons patamares (9,27 toneladas por hectare). Nos Estados Unidos, os agentes mantêm as atenções voltadas ao desenvolvimento das lavouras, cujo plantio sofreu grande atraso. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Julho/2019 e Setembro/2019 estão cotados e US$ 4,41 por bushel e a US$ 4,46 por bushel, respectivamente. No acumulado parcial de junho, acumulam valorizações de 3,3% e 2,3%. Fontes: Cepea e Inteligência em Agronegócio.