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01/Jul/2019

Tendência de preços sustentados pelas exportações

A tendência é de preços sustentados para o milho no mercado brasileiro, mesmo após a surpresa do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que revisou a área plantada com milho no país na safra 2019/2020 para 37,11 milhões de hectares, em comparação a 37,55 milhões de hectares previstos no relatório de março. A estimativa indica uma área 2,9% maior do que a semeada na safra passada, que foi de 36,06 milhões de hectares. A expectativa do mercado era de uma área bem menor. No curto prazo, o mercado interno sofrer o impacto da queda dos futuros em Chicago, mas os números do USDA serão revisados em julho. O próprio USDA, inclusive, já informou que um novo boletim de área deverá ser divulgado no dia 12 de agosto com uma revisão de dados que será feita em 14 estados. Estão na lista a Dakota do Sul, Dakota do Norte, Nebraska, Kansas, Minnesota, Illinois, Iowa, Missouri, Michigan, Arkansas, Wisconsin, Ohio, Indiana e Nova York.

A tendência, portanto, é de que ocorra uma revisão, principalmente no milho. Os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões, sustentados pelo bom desempenho das exportações. O ritmo das valorizações domésticas, no entanto, está limitado nos últimos dias, devido à colheita da 2ª safra de 2019. Com a demanda externa aquecida, os negócios na região dos portos estão mais intensos e têm sido realizados a valores acima dos verificados no mercado nacional, em torno de R$ 40,00 por saca de 60 Kg. Isso tem feito com que os preços do milho também subam nas demais regiões do País. Em junho, os preços do milho registram forte avanço de 5,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,7% no de lotes (negociação entre empresas). Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F registra avanço de 0,5% em junho e de 0,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 38,76 por saca de 60 Kg.

A comercialização do milho da 2ª safra de 2019 ainda ocorre de maneira pontual, já que muitos compradores aguardam um avanço da colheita para adquirir novos lotes e/ou para receber os contratos. Para os negócios antecipados, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, no Paraná, 21% da segunda safra está comprometida, avanço de 3% em relação ao mês anterior. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 67,44% da safra de Mato Grosso foi negociada, 6,92% acima do verificado em maio. Neste mês, as exportações do cereal brasileiro se mantêm acima das observadas no mesmo período de anos anteriores e devem seguir intensas nas próximas semanas.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 14 dias úteis de junho, foram embarcadas 415 mil toneladas de milho, superando quase três vezes os embarques de todo o mês de junho/2018. A maior demanda também tem elevado os preços na B3. Nos últimos sete dias, os contratos Julho/2019 e Setembro/2019 apresentam valorização de 3,2% e 2,2%, respectivamente, a R$ 38,32 por saca de 60 Kg e a R$ 38,52 por saca de 60 Kg. No campo, o clima tem favorecido a maturação e a colheita do milho 2ª safra em praticamente todas as regiões produtoras. Diante disso, há relatos de filas para recebimento do cereal em silos e armazéns, especialmente no Paraná e na Região Centro-Oeste. Em relação à qualidade, alguns produtores indicam que os primeiros lotes ainda estão fora do padrão. Muitos compradores comentam que a maior oferta de milho e as entregas de soja têm elevado os preços dos fretes e dificultado a logística.

Em São Paulo, a colheita ainda está lenta. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 34% da área de milho 2ª safra de 2019 no Paraná havia sido colhida até o dia 24 de junho, avanço significativo de 13% ante a semana anterior. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da 2ª safra de 2019 em Mato Grosso atingiu quase 25% da área, avanço de 7,81% nos últimos sete dias. Na Argentina, chuvas dificultam a entrada de máquinas nos campos. Segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 46% da área havia sido colhida até o dia 27 de junho, apenas 1,8% acima semana anterior e 9,4% inferior a 2018. A produtividade é estimada em 9,1 toneladas por hectare. Fontes: Cepea, USDA e Cogo Inteligência em Agronegócio.