26/Jul/2019
Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT)O impasse envolvendo o abastecimento de navios do Irã, carregados com milho e parados no Porto de Paranaguá (PR) desde o início de junho, pode afetar o preço do cereal no Brasil, especialmente em Mato Grosso. Os cargueiros trouxeram ureia do Irã e voltariam com milho carregado no Porto de Imbituba (SC), mas a Petrobras, temendo punições do governo norte-americano, se recusa a abastecer as embarcações. O fato é visto com bastante preocupação, porque o Irã é um dos grandes parceiros na compra do cereal do Brasil. O setor gostaria que esta situação se resolvesse o quanto antes, porque pode afetar o valor do milho, principalmente o de Mato Grosso, Estado que está acabando de colher uma grande safra. Outras entidades do setor evitaram se posicionar diante da questão.
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) afirmou que o setor não pode perder um cliente como o Irã, mas, no curto prazo, não deve haver prejuízos para o produtor rural, que já vendeu a maior parte do milho colhido a ser destinado ao exterior. A entidade enviará em breve um ofício ao Ministério da Agricultura solicitando uma solução para o problema. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) não quiseram se manifestar sobre o assunto. Os Portos do Paraná, autarquia que administra o Porto de Paranaguá, destacou que nenhum dos navios iranianos (Bavand e Termeh) movimentaram ou vão movimentar cargas no porto. Para abastecer, os navios não precisam atracar e recebem o combustível por barcaças. O navio Bavand aguarda fundeado em frente ao Porto de Paranaguá com 48 mil toneladas de milho carregadas no Porto de Imbituba (SC).
A embarcação Termeh espera desde o dia 9 de junho fundeado fora da Barra de Paranaguá (a cerca de 20 Km do porto) e está vazia, aguardando combustível para seguir rumo ao Porto de Imbituba (SC), onde receberá a carga de milho. Em 2018, o Irã foi o maior comprador de milho brasileiro em volume (6,38 milhões de toneladas) e em receita (US$ 1,10 bilhão). O país representou 27,8% do volume e 28% da receita das exportações brasileiras do cereal no ano passado. Entre janeiro e junho de 2019, o Irã continuou liderando as importações de milho brasileiro, com 2,496 milhões de toneladas do cereal, seguido do Vietnã, com 1,501 milhão de toneladas. Em igual período de 2018, o volume enviado ao Irão foi semelhante, de 2,483 milhões de toneladas. O Egito aparecia em segundo lugar, com 309 mil toneladas exportadas. Na quarta-feira (24/07), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Petrobrás deve fornecer combustível aos navios iranianos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.