ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Ago/2019

Tendência de alta do milho com fortes exportações

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com exportações recordes em 2019, cotações futuras mais altas em Chicago, alta do dólar no Brasil e da paridade de exportação nos portos brasileiros, mesmo diante de uma safra recorde. A influência vem das altas internacionais e da valorização do dólar frente ao Real, que, por sua vez, impulsionam as cotações nos portos brasileiros. Diante disso, os produtores nacionais estão retraídos do mercado, à espera de novas altas. Do lado da demanda, os compradores se mostram abastecidos no curto prazo, atentos às entregas de produtos contratados. Estimativas indicando produção e exportação recordes na temporada 2018/2019 também afastam parte da demanda. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra avanço de 1,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 36,54 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, o preço médio no mercado de balcão (recebido pelo produtor) registra alta de 1,6% nos últimos sete dias e, no mercado de lotes (negociação entre empresas), a alta é de 1,1%. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), os preços registram forte alta. Nos últimos sete dias, as elevações são de 5,0% e 6,3%, a R$ 38,44 por saca de 60 Kg e R$ 38,76 por saca de 60 Kg, respectivamente. Na B3, o contrato Setembro/2019 apresenta forte valorização de 5,7% nos últimos sete dias, cotado a R$ 38,14 por saca de 60 Kg, e o vencimento Novembro/2019 registra avanço de 5,0%, a R$ 39,78 por saca de 60 Kg. Nas próximas semanas, o ritmo de embarques deve seguir intenso. As incertezas quanto ao desenvolvimento da safra dos Estados Unidos e as tensões comerciais entre o país norte-americano e a China têm elevado a demanda pelo cereal brasileiro.

Na parcial da temporada (de fevereiro/2019 a julho/2019), já foram embarcadas 11,8 milhões de toneladas, volume seis vezes superior ao do mesmo período de 2018. A estimativa da produção total de milho na safra 2018/2019 é de 99,3 milhões de toneladas, forte alta de 23% em relação à temporada anterior, um recorde. Considerando-se as importações de 500 mil toneladas e os estoques iniciais de 15,6 milhões de toneladas, a disponibilidade interna da temporada 2018/2019 está projetada em 115,4 milhões, também recorde. A maior produção da 2ª safra de 2019 é que influenciou esse resultado. O bom andamento da temporada de soja permitiu o semeio do cereal na janela considerada ideal e o clima favoreceu o desenvolvimento. A produção da 2ª safra é estimada em 73,1 milhões de toneladas, aumento de 35,6% em relação a 2018.

As estimativas de exportação são de até 35 milhões de toneladas, refletindo a maior atratividade do cereal brasileiro. Na média do ano (de janeiro a 8 de agosto), o primeiro contrato negociado na Bolsa de Chicago esteve 3,2% abaixo do Indicador ESALQ/BM&F. No mesmo período de 2018, o Indicador esteve 24% acima do primeiro contrato da Bolsa de Chicago, o que confirma a atual competitividade do milho brasileiro no mercado externo. No dia 5 de agosto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicava que 57% das áreas apresentam condições entre boa e excelente, contra 58% até a semana passada e 71% em 2018. Assim, o contrato Setembro/2019 registra alta de 4,6% nos últimos sete dias na Bolsa de Chicago, cotado a US$ 4,11 por bushel. O vencimento Dezembro/2019 apresenta avanço de 3,9%, a US$ 4,18 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.