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26/Ago/2019

Tendência de preços sustentados pelas exportações

A tendência é de preços sustentados para o milho no mercado brasileiro no médio prazo, com cotações futuras firmes, dólar acima de R$ 4 no Brasil, exportações muito aquecidas durante todo ano de 2019 e com previsão de fortes embarques nos próximos meses. No acumulado de janeiro a agosto (parcial do mês), as exportações brasileiras de milho atingiram 21,15 milhões de toneladas, 161% acima das 9,26 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. As diferentes condições de oferta e demanda regionais têm feito com que os preços do milho apresentem movimentos distintos entre as regiões. Esse contexto deixa as negociações em ritmo lento, com compradores adquirindo apenas pequenos lotes para o curto prazo. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 0,4% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor), mas queda de 0,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

O bom ritmo das exportações mantém em alta os valores do cereal nas regiões dos portos. No corredor de exportação, já foram embarcadas 4,29 milhões de toneladas de milho nos primeiros 12 dias úteis de agosto. Caso o ritmo diário, de 358,1 mil toneladas, siga até o final do mês, o volume total de vendas externas pode atingir 8,2 milhões de toneladas, 30% acima da quantidade de julho. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, é a demanda que sustenta os valores. Em São Paulo, na região de Campinas, os compradores estão ativos, mas os vendedores resistem em negociar nos atuais preços, fundamentados no alto patamar do dólar durante a aquisição de insumos, que elevou os custos de produção. O Indicador ESALQ/BM&F apresenta avanço de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 36,54 por saca de 60 Kg. Quedas são observadas em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná, com as cotações, neste caso, sendo pressionadas pela oferta elevada na atual safra.

A finalização da colheita e a entrega dos lotes já programados mantêm os produtores voltados às negociações envolvendo a soja, que apresenta preço mais atrativo neste momento. A colheita da 2ª safra de 2019 do milho se encaminha para a reta final nas principais regiões e a produtividade elevada confirma as estimativas de oferta recorde. Em Mato Grosso, a colheita já foi finalizada, destacada como a mais adiantada da série histórica. No Paraná, o clima segue favorável às atividades no campo. 93% da área da 2ª safra de 2019 havia sido colhida até o dia 19 de agosto. Das lavouras, 69% estão em bom estado, 21%, em condições médias e 10% estão ruins. Com relação às fases, todas as lavouras apresentaram estado de maturação, sinalizando que a colheita pode ser encerrada nas próximas semanas. Nos Estados Unidos, o clima está desfavorável ao desenvolvimento das lavouras.

De acordo com dados divulgados no dia 19 de agosto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), das lavouras de milho do país, 56% estão em condições entre boas e excelentes, recuo de 1% ante a semana anterior, mas 22% inferior a 2018. 30% das lavouras estão em condições médias e 14%, entre ruins e muito ruins. Esse cenário e a maior demanda por milho norte-americano impulsionam as cotações na Bolsa de Chicago. O contrato Setembro/2019 registra alta de 0,7% nos últimos sete dias, a US$ 3,63 por bushel. Os contratos Dezembro/2019 e Março/20220 apresentam oscilações, mas o primeiro se mantêm estável, a US$ 3,71 por bushel. O segundo registra queda de 0,1%, cotado a US$ 3,83 por bushel. Na B3, nos últimos sete dias, os contratos futuros apresentam comportamentos distintos. O primeiro vencimento (Setembro/2019) acumula alta de 0,5%, cotado a R$ 36,52 por saca de 60 Kg. Os contratos Novembro/2019 e Janeiro/2020 apresentam respectivos recuos de 0,7% e 1,3%, a R$ 37,48 por saca de 60 Kg e a R$ 38,70 por saca de 60 Kg. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.