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16/Set/2019

Tendência é de sustentação para o preço do milho

A tendência é de sustentação para os preços no mercado interno com a nova projeção de quebra na safra 2019/2020 dos Estados Unidos elevando os futuros em Chicago, exportações brasileiras recordes, dólar em patamares acima de R$ 4 que eleva a paridade de exportação nos portos, demanda interna firme com expansão do consumo de rações para aves/suínos. Na Bolsa de Chicago, com as adversidades climáticas no início da temporada dos EUA, o contrato março/2020 subiu 22% entre maio e junho, mas devolveu grande parte dos ganhos com a melhoria das condições da safra. Ainda assim, o contrato março/2020 em Chicago acumula uma alta de 3,8% neste mês de setembro, cotado no patamar ao redor dos US$ 3,80/bushel, com o vencimento setembro/2020 cotado ao redor dos US$ 4,00 por bushel.

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, as exportações brasileiras de milho cresceram 149%, em relação ao mesmo período do ano passado e devem bater um recorde neste ano-safra, com potencial para superar 35 milhões de toneladas. Em setembro, as exportações de milho devem ser recordes para o período, refletindo a grande produção na 2ª safra, o dólar acima de R$ 4,00 e preços atuais bastante competitivos. As exportações nas duas primeiras semanas deste mês registraram média de 409,4 mil toneladas por dia útil, 131% acima da registrada no mesmo período do ano anterior. Mantido esse ritmo até o final do corrente mês, os embarques superariam 8 milhões de toneladas, acumulando 27,4 milhões de toneladas no atual ano-safra (iniciado em 1º/02/2019).

Entretanto, os preços do milho apresentam movimentos distintos dentre as regiões, influenciados por diferentes condições de oferta e de demanda. Na maior parte da Região Centro-Oeste, os valores têm caído, pressionados pela maior oferta, enquanto em São Paulo e em Santa Catarina, as cotações sobem, sustentados pela demanda mais aquecida. Nos últimos sete dias, há pequeno avanço de 0,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra alta de 2,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 37,45 por saca de 60 Kg. Na B3, o contrato Setembro/2019 apresenta valorização de 1,2% no mesmo período, cotado a R$ 37,03 por saca de 60 Kg. Os vencimentos Novembro/2019 e Janeiro/2020 registram altas mais fortes, de 3,5% e 2,6%, respectivamente, a R$ 39,08 por saca de 60 Kg e a R$ 40,25 por saca de 60 Kg.

A produção brasileira total deve atingir 99,9 milhões de toneladas. Os números são maiores que o previsto até agosto, devido, principalmente, à maior produtividade no Paraná e em Goiás. O consumo interno deve ser de 63 milhões de toneladas e 35 milhões de toneladas devem ser exportadas. Com isso, os estoques de passagem em janeiro/2020 são estimados em 17,7 milhões de toneladas, o equivalente a 27% do consumo interno. Os produtores seguem atentos ao clima seco e ao avanço do plantio da safra de verão (1ª safra 2019/2020). No Paraná, 9% haviam sido semeados até o dia 10 de setembro. Na Argentina, os produtores iniciaram o plantio da temporada 2019/2020, com maiores progressos nas regiões de Santa Fé e Entre Rios. As chuvas registradas nos últimos dias favoreceram a umidade dos solos e o plantio totaliza 2% da área estimada.

No mercado externo, a piora nas condições das lavouras impulsiona as cotações. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 55% da safra norte-americana estavam em condição entre boas e excelentes até o dia 8 de setembro, 3% abaixo do número observado na semana anterior passada. Também foi informado que apenas 11% da safra está madura e 55% têm formação de dentes, contra 33% e 84% no mesmo período de 2018. O USDA divulgou, no sai 12 de setembro, a estimativa de produção norte-americana da temporada 2019/2020, de 350,5 milhões de toneladas, menor frente à temporada anterior e ao relatório de agosto/2019. A redução ocorre devido aos atrasos no plantio das lavouras, em decorrência do grande volume de chuvas naquele período. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.