27/Nov/2019
Os preços do milho estão em alta no spot, com um reforço da demanda e a baixa disposição do produtor em negociar, a não ser para lotes pontuais. Com pouco grão ainda estocado, os vendedores preferem aguardar por novas valorizações. Fatores internos e externos contribuem para essa expectativa. Internamente, o principal deles é a perspectiva de maior consumo de milho na pecuária, principalmente nos setores de suínos e aves, em razão da forte demanda exportadora da China. Essa tendência faz com que produtores no Brasil estimem que o consumo interno de milho para alimentar as criações deva se intensificar, valorizando o grão.
Outra questão interna é a forte valorização do dólar ante o Real que tem sido verificada ao longo de novembro. Isso pode estimular a busca de tradings pelo grão brasileiro para exportação. Os fatores externos dizem respeito às oscilações da Bolsa de Chicago e à situação da safra de milho nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita de milho no país continua atrasada em relação aos últimos anos. Em seu relatório semanal de acompanhamento de safra, o USDA informou que 84% da safra tinha sido colhida até o dia 24 de novembro, ante 96% na média dos cinco anos anteriores. Um único fator baixista a contrabalançar a tendência de valorização do cereal são os leilões de estoques públicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, há registro de negócios a R$ 34,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento imediatos. Há pouco milho na região e os produtores estão firmes quanto aos preços. Os leilões de milho da Conab, voltados para Mato Grosso, têm beneficiado mais granjeiros e pequenos produtores. Grandes compradores não se beneficiam e, portanto, os preços não se movimentam muito na região em função dos leilões. Em relação à negociação antecipada da 2ª safra de 2020, a comercialização está mais movimentada. Há registro de negócios para exportação a R$ 26,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto de 2020. Para embarque em setembro e pagamento em outubro, os compradores indicam R$ 26,50 por saca de 60 Kg FOB, base Campo Verde, sem interesse de venda.
No Paraná, na região oeste, os compradores indicam R$ 40,50 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Com pagamento em 45 dias, a indicação de compra é de R$ 41,00 por saca de 60 Kg. Os vendedores estão retraídos, pois há expectativa de menor área e rendimento da 2ª safra de 2020 após o atraso no plantio da soja, das exportações em ritmo acelerado do Brasil e do consumo interno aquecido para abastecer a produção de proteínas. No Porto de Paranaguá, a indicação de compra é de R$ 40,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, valor descolado dos níveis do mercado interno. Quanto à negociação antecipada da 2ª safra de 2020, os compradores indicam R$ 38,90 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento em setembro de 2020 no Porto de Paranaguá. Por enquanto, não há interesse de venda, pois o preço é considerado baixo. Com R$ 6,00 a R$ 7,00 por saca de 60 Kg de frete, resulta em R$ 31,00 por saca de 60 Kg no interior.