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02/Mar/2020

Tendência de alta do milho com demanda aquecida

Com a oferta interna ajustada no 1º semestre e baixos estoques de passagem, em função das quebras na safra de verão do Sul e com riscos para a 2ª safra, a tendência é de alta dos preços do milho, com a demanda interna aquecida pelo aumento da produção de rações e dólar em patamares recordes. Mesmo com o bom ritmo de colheita do milho da safra de verão (1ª safra 2019/2020), os valores do cereal seguem em alta no Brasil, especialmente nas regiões consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra alta de 2,0% nos últimos sete dias, cotado a R$ 53,30 por saca de 60 Kg, bem próximo do maior patamar nominal da série histórica, de R$ 53,91 por saca de 60 Kg verificado no início de junho de 2016. No geral, o interesse comprador segue superando o vendedor.

Nos últimos sete dias, há leve alta de 0,8% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e elevação de 1,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, os preços registram avanço de 3,7% em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados; de 2,6% em Santa Catarina, na região de Chapecó; e 1,7% no Rio Grande do Sul, na região de Santa Rosa. Na B3, o contrato Março/2020 apresenta valorização de 2,5% nos últimos sete dias, a R$ 53,16 por saca de 60 Kg, o maior patamar desde o início da negociação, em março/2019. O contrato Maio/2016 acumula alta de 1,0% no período, indo para R$ 48,43 por saca de 60 Kg. Os contratos Setembro/2020 e Novembro/2020 estão cotados a R$ 43,14 por saca de 60 Kg e a R$ 45,20 por saca de 60 Kg, elevações de 1,6% e de 2,5%, respectivamente.

Diante da expressiva valorização no acumulado do ano e da dificuldade enfrentada por compradores, o governo realizou, na quinta-feira (27/02), o primeiro leilão de venda de milho, com o objetivo de atender principalmente criadores de aves e suínos, além de cooperativas e indústrias de ração. O governo ofertou 50 mil toneladas de milho armazenado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Mato Grosso. Todos os lotes foram vendidos, com valores entre R$ 33,00 e R$ 38,50 por saca de 60 Kg. Quanto às exportações, as vendas vêm perdendo força, ao passo que os embarques de soja têm se intensificado. Nos primeiros 15 dias úteis de fevereiro, as exportações brasileiras de milho somaram apenas 373 mil toneladas, bem abaixo das 1,5 milhão de toneladas de fevereiro/2019. Além disso, com as colheitas do milho da safra de verão (1ª safra 2019/2020) e de soja em bom ritmo, os agentes começam a disputar a logística.

Em Mato Grosso, o plantio do milho da 2ª safra de 2020 avançou, beneficiado pelo tempo seco. Já foram semeados 79,6% da área total estimada, contra 86,5% no mesmo período de 2019. No Paraná, foram semeados, até o dia 26 de fevereiro, 61% da área estimada com milho 2ª safra de 2020. Quanto ao milho da safra de verão (1ª safra 2019/2020), foram colhidos 37% da produção estimada no Estado. No Rio Grande do Sul, apesar das dificuldades climáticas enfrentadas no início da temporada, as lavouras colhidas têm apresentado boas produtividade e qualidade. Até o dia 27 de fevereiro, metade da área havia sido colhida. Do cereal que está na lavoura, 7% estão em germinação e em desenvolvimento vegetativo, 8%, em floração, 18%, em enchimento de grãos e 17%, maduros.

Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires elevou sua estimativa de produção de milho para 50 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas a mais que a estimativa anterior, mas ainda 1,2% menor que a temporada passada. A elevação na produção reflete os bons rendimentos das primeiras lavouras. Por enquanto, a colheita totaliza apenas 1% da área total do país. Na Bolsa de Chicago, as cotações registram queda nos últimos sete dias, pressionadas pelo aumento nos casos de coronavírus. Além disso, as vendas semanais de milho seguem baixas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na semana finalizada no dia 20 de fevereiro, foram vendidas apenas 864,6 mil toneladas do cereal, 26% abaixo da média das quatro semanas anteriores. O contrato Março/2020 registra queda de 3,7%, cotado a US$ 3,64 por bushel. Os vencimentos de Maio/2020 e Julho/2020 apresentam recuos de 3,85% e 3,4%, nesta ordem, a US$ 3,68 por bushel e a US$ 3,72 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.