09/Abr/2020
Os preços internos do milho estão em níveis recordes, em decorrência dos baixos estoques de passagem, das quebras na safra de verão do Sul do Brasil e do dólar em patamares recordes. No acumulado de 2020, as exportações brasileiras somaram 3,021 milhões de toneladas, queda de 53,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda das vendas externas em 2020 decorre do fato de os preços praticados no interior estarem acima da paridade de exportação nos portos brasileiros.
Neste primeiro semestre de 2020 e ao longo do segundo semestre, os preços internos do milho deverão seguir descolados da paridade internacional. No mercado futuro da Bolsa de Chicago, o milho é pressionado pela forte queda do petróleo, que reduz a competitividade do etanol produzido nos Estados Unidos – o maior produtor global do biocombustível – que destina mais de 40% da produção interna para etanol, além da estimativa de aumento de 8,2% da área plantada nos EUA na safra 2020/2021.
Com a maior área de plantio nos Estados Unidos em 2020/2021 e a projeção de uma safra recorde – estimada em mais de 390 milhões de toneladas –, paralelamente ao desestímulo à produção de etanol de milho naquele país, o qual absorve mais de 40% da oferta interna, no longo prazo, os excedentes de exportação norte-americanos tenderão a crescer, pressionando as cotações globais e, posteriormente, no mercado doméstico. Para a temporada 2020/2021, a tendência é de que as cotações do milho no mercado interno se ajustem à paridade de exportação, portanto, em patamares bem inferiores aos praticados atualmente.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.