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01/Jun/2020

Tendência de baixa do milho com oferta da 2ª safra

A tendência baixista deve se acentuar sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com o avanço da colheita da 2ª safra de 2020, a queda do dólar na segunda quinzena de maio e as fracas exportações realizadas entre janeiro e maio deste ano. A colheita da 2ª safra de milho de 2020 foi iniciada em algumas regiões brasileiras, contexto que tem resultado em quedas nos preços. Isso porque os compradores se afastam das negociações envolvendo grandes lotes, à espera de recuos mais intensos nas cotações. Nos últimos sete dias, as quedas mais expressivas nos valores são observadas nas regiões produtoras, especialmente no mercado de balcão (preço pago ao produtor), que registra baixa de 2,0%. No mercado de lotes (negociação entre empresas), a queda é de 0,5%. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 50,06 por saca de 60 Kg.

Neste caso, os compradores com maior necessidade de abastecer seus estoques acabam cedendo nas negociações, limitando a baixa nos preços. No mês de maio, o Indicador acumulou alta de 3,5%. Outro fator de pressão sobre as cotações nos últimos sete dias é a queda nas intenções de compra do cereal nos portos, diante da desvalorização de 3,8% do dólar frente ao Real. Assim, enquanto até meados de maio alguns compradores chegavam a indicar R$ 51,00 por saca de 60 Kg, nos últimos dias, as indicações são de R$ 45,00 por saca de 60 Kg. Neste ambiente, os produtores devem priorizar a negociação de novos lotes no mercado interno. Na B3, o vencimento Julho/2020 está cotado a R$ 45,29 por saca de 60 Kg, com queda de 2,6% nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2020 apresenta recuo de 1,2%, cotado a R$ 44,23 por saca de 60 Kg.

No Paraná, a colheita teve início em parte das lavouras das regiões centro-oeste e sudoeste do Paraná, com 2% da área colhida até o dia 25 de maio. Mesmo com as chuvas registradas na semana anterior, a produtividade ainda deve ser limitada nesta safra. A produtividade é estimada em 5,43 toneladas por hectare, queda de 8% em relação à temporada passada. Em relação às lavouras, 5% estão em desenvolvimento vegetativo; 28%, em floração; 56%, em frutificação e 11%, em maturação. Além disso, 41% estão em boas condições; 43%, em condição média e 16% em ruins. Em São Paulo, a colheita só deve ter início em meados de junho, mas os produtores já começaram a sinalizar redução no ritmo de negociação de novos lotes. Em Mato Grosso, a colheita atinge 0,7% da área, estimada em 5,19 milhões de hectares. O ritmo das atividades está abaixo do verificado em 2019, reflexo do plantio tardio na atual temporada.

Em Minas Gerais e em Goiás, os trabalhos de campo também foram iniciados. Os produtores estão preocupados quanto ao impacto das secas na produtividade. Na Região Nordeste, casos pontuais de milho com qualidade inferior começam a ser identificados, mas, na grande maioria, os lotes entregues apresentam boas condições. Na Argentina, o clima favoreceu a colheita, com intensificação das atividades nas regiões de Córdoba, Santa Fé e Entre Rios. Segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 3,7%, alcançando 47,2% da área nacional estimada. Nos Estados Unidos, a semeadura do milho continuou em bom ritmo. Entre os dias 15 e 22 de maio, o plantio do cereal avançou 8%, chegando a 88% da área estimada para os 18 maiores estados produtores do país.

Quanto aos preços, foram influenciados pela sinalização de que a demanda por etanol melhore. De acordo com a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos, a produção média de etanol na última semana foi a maior desde o fim de março, totalizando 724 mil barris, aumento de 9,2% em relação à semana finalizada em 15 de maio. Além disso, algumas previsões indicando que o clima no Meio Oeste pode ficar quente e seco também deu suporte para as cotações. Diante disso, o contrato Julho/2020 registra forte alta de 3,0% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,27 por bushel. O contrato Setembro/2020 apresenta avanço de 2,7% no mesmo comparativo, cotado a US$ 3,31 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.