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22/Jun/2020

Tendência é de preços mais sustentados do milho

A tendência é de maior sustentação para os preços do milho no mercado interno, com o dólar voltando a subir e elevando a paridade de exportação nos portos brasileiros, além da demanda interna mais firme e do fato de que boa parte da 2ª safra de 2020 já estava comercializada e com preços fixados antes do início da colheita – que está em curso. O movimento de queda nos preços do milho em parte das regiões está em menor ritmo nos últimos sete dias e, em algumas regiões, as cotações registram altas. A sustentação vem das recentes valorizações do dólar, que fizeram com que vendedores voltassem às atenções à paridade de exportação e, consequentemente, reduzissem a oferta no mercado interno. Os compradores, por sua vez, seguem adquirindo lotes pontuais e suficientes para o curto prazo, ainda no aguardo de ritmo mais acelerado da colheita em julho.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas-SP) registra alta de 0,7% nos últimos sete dias, cotado a R$ 47,15 por saca de 60 Kg. Na parcial do mês, contudo, o Indicador acumula queda de 6,1%. Na B3, os contratos acompanham o físico, e o vencimento Julho/2020 apresenta valorização de 6,1% nos últimos sete dias, a R$ 46,00 por saca de 60 Kg; o Setembro/2020, tem alta de 5,6%, a R$ 44,82 por saca de 60 Kg; e o Novembro/2020, 5,2%, cotado a R$ 47,60 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). A elevação mais intensa no balcão pode ser vista como um incentivo para que os produtores elevem a oferta. No Porto de Paranaguá (PR), no mesmo período, o preço do milho disponível acumula alta de 4,8%, indo a R$ 46,49 por saca de 60 Kg.

Os valores mais atrativos tanto no Porto de Paranaguá quanto no Porto de Santos (SP) ainda são verificados para as entregas programadas entre julho e setembro, que chegam a R$ 50,00 por saca de 60 Kg, contra R$ 45,00 por saca de 60 Kg no início deste mês. As exportações de milho seguem limitadas, uma vez que a finalização dos embarques de soja é priorizada. Assim, a perspectiva é de que o recebimento de milho nos portos ganhe ritmo nas próximas semanas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, na primeira quinzena de junho, apenas 39,9 mil toneladas de milho foram exportadas pelo Brasil, 92,9% inferior ao volume escoado em todo mês de junho de 2019. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 10 de junho, a colheita da 2ª safra de 2020 em Mato Grosso chegou a 8,3% do total da área estimada, avanço semanal de 3,9%. De modo geral, os primeiros lotes colhidos estão sendo destinados ao cumprimento de contratos.

No Paraná, o clima ajudou nas atividades de campo. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 14 de junho, a colheita havia alcançado 3% da área total estimada. No entanto, as estimativas de lavouras em condições ruins seguem elevadas. Das lavouras ainda por colher, 17% estão em condição ruim, 41%, em medianas e 42%, em boas. No mesmo período de 2019, esses percentuais eram de 1% para condições ruins, de 14% para médias e de 85% para boas. Na Argentina, a colheita avança em ritmo intenso. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 18 de junho, a colheita de milho havia alcançado 70,7% da área estimada, aumento de 9,8% na semana.

Na Bolsa de Chicago, os contratos de milho passaram a maior parte da semana passada em queda, refletindo as condições favoráveis no Meio Oeste dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o semeio foi finalizado, e, até o dia 14 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 71% da área nacional, enquanto as classificadas entre razoáveis e ruins somavam 29%, contra 59% e 41% no mesmo período de 2019, respectivamente. Apenas no dia 18 de junho que, impulsionados pela valorização do petróleo, os vencimentos futuros voltaram a subir. Diante disso, nos últimos sete dias, os vencimentos Julho/2020 e Setembro/2020 apresentam valorização de 0,38% e 0,15%, respectivamente, indo para US$ 3,31 por bushel e para US$ 3,35 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.