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29/Jun/2020

Tendência de preços sustentados pela exportação

A tendência é de preços mais sustentados para o milho no mercado interno, com a alta do dólar e elevação da paridade de exportações nos portos, maior demanda para exportações programadas para os próximos meses e consumo interno aquecido. O mercado de câmbio no Brasil voltou a registrar pregão de forte volatilidade na sexta-feira (26/06), com o dólar chegando a disparar novamente mais de 3% e fechando na máxima em um mês, em meio a um exterior avesso a risco e à percepção de que o Banco Central está minimizando o constante vaivém nos preços da moeda. O dólar à vista encerrou em alta de 2,58%, a R$ 5,4652, maior valor desde 22 de maio. Na semana, o dólar acumulou apreciação de 2,76%. É a terceira semana consecutiva de alta, período em que subiu 9,57%. O elevado patamar do dólar tem favorecido a competitividade do milho no mercado externo, cenário que tem elevado os valores do cereal nas regiões dos portos.

No Porto de Paranaguá (PR), os preços registram alta de 2,0% nos últimos sete dias, a R$ 47,97 por saca de 60 Kg. Diante disso, desde o dia 19 de junho, a cotação do milho disponível na região do Porto de Paranaguá está acima da observada no mercado disponível da região de Campinas (SP), o que não era observado desde meados de agosto de 2019. Esse contexto tem feito com que os vendedores priorizem ofertas para exportação. Assim, mesmo com a colheita da 2ª safra de 2020 avançando, os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões. Os compradores, por sua vez, adquirem volumes apenas para repor estoques, sem interesse em grandes lotes, à espera de preços menores, fundamentados na intensificação das atividades de campo e no consequente aumento da oferta. Na região de Campinas (SP), os demandantes têm dificuldades na compra de lotes para as entregas imediatas e sinalizam atraso no recebimento de milho de Mato Grosso e de Goiás.

O Indicador ESALQ/BM&F registra alta de 0,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 48,15 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores apresentam alta de 2,6% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 1,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, apenas o contrato Julho/2020 registra valorização (+0,2%) nos últimos sete dias, a R$ 46,10 por saca de 60 Kg. Os demais vencimentos estão pressionados pela possível maior oferta por conta da colheita. O vencimento Setembro/2020 apresenta queda de 1,6%, a R$ 44,11 por saca de 60 Kg, e Novembro/2020 está cotado a R$ 46,80 por saca de 60 Kg, queda de 1,7% no período. No campo, o clima favorece a colheita em Mato Grosso. Até o dia 19 de junho, o Estado já havia colhido 16,3% do total da área estimada, avanço de 8,1% em relação à semana anterior, mas ainda 8,3% inferior à safra passada. Com os preços internos atrativos, os produtores devem manter o ritmo acelerado na colheita.

No Paraná, até o dia 22 de junho, a colheita chegou a 4% da área estimada, avanço semanal de apenas 1%. O tempo seco vem beneficiando as regiões norte e central do Estado, onde a colheita já teve início. Porém, a previsão de chuvas para os próximos dias pode paralisar os trabalhos nestas regiões, mas auxiliar no final do desenvolvimento em outras. Em São Paulo, as atividades de campo foram iniciadas na região da Mogiana, mas o volume disponível ainda é baixo. Em Goiás e no Triângulo Mineiro (MG), a colheita está mais avançada se comparada à São Paulo, mas os primeiros lotes estão sendo entregues para cumprimento dos contratos antecipados. Na Região Nordeste, a colheita foi interrompida por chuvas, com vendedores priorizando entrega de lotes já negociados.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 7,6% na Argentina na semana passada em relação à anterior, atingindo 78,3% da área, o que representa 40 milhões de toneladas até o dia 25 de junho. Na Bolsa de Chicago, os contratos de milho registram forte recuo nos últimos sete dias. As previsões de chuvas para os próximos dias no Meio Oeste dos Estados Unidos devem melhorar a condições das lavouras, mantendo a percepção de agentes de colheita abundante. Até o dia 21 de junho, as lavouras em boas condições representam 72%, 1% acima do registrado na semana anterior. Nesse contexto, o contrato Julho/2020 está cotado a US$ 3,17 por bushel, queda de 4,15% nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2020 está cotado a US$ 3,20 por bushel e o Dezembro/2020, a US$ 3,28 por bushel, com respectivas baixas de 4,47% e de 4,3% no mesmo comparativo. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.