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31/Jul/2020

Irã reduz fortemente compra de milho brasileiro

Somando-se às dificuldades do Irã para obter alimentos, as importações de milho do Brasil pelo país despencaram. O Irã foi o segundo maior comprador de milho brasileiro em 2019, mas entre janeiro e junho as importações recuaram para cerca de 339 mil toneladas, ante 2,3 milhões de toneladas no ano anterior. O país está enfrentando um aumento na concorrência pelo milho do Brasil, especialmente de Taiwan. Os vendedores brasileiros também enfrentam dificuldades para encontrar bancos internacionais dispostos a processar as transações em função dos riscos de sanção. Os operadores tentaram usar pequenos bancos locais para as transações relacionadas ao Irã.

Eles também passaram a usar o euro, para evitar movimentações em dólar que resultariam em alertas para o Tesouro norte-americano. O Irã paga US$ 10,00 a mais por tonelada em relação a outros compradores, para compensar pelos desafios logísticos e financeiros. Por causa das políticas hostis dos Estados Unidos, o Irã teve que reduzir as importações. O Tesouro dos Estados Unidos se recusou a comentar quando questionado sobre a queda nas vendas de milho do Brasil para o Irã. Neste mês, os compradores iranianos realizaram compras antecipadas de cerca de 600 mil toneladas de milho do Brasil para o segundo semestre do ano, com expectativas de que os pagamentos ocorram após o embarque das cargas.

No entanto, os vendedores poderão desviar as embarcações para outros compradores caso o Irã não tenha como pagar. Traders brasileiros também estão utilizando acordos de troca com o Irã, recebendo ureia do país asiático para ser usada como fertilizante, por exemplo, em troca de milho. Esses acordos não violam as sanções, já que não há movimentação de dinheiro, mas tornam o milho mais caro para o Irã. Algumas empresas, porém, têm evitado navios com bandeira iraniana para as trocas, depois que embarcações ficaram "presas" em um porto brasileiro no ano passado, quando a Petrobras se recusou a reabastecê-los por causa das sanções norte-americanas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.