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04/Set/2020

China preocupada com possível escassez de milho

Os preços do milho em alta estão gerando temores sobre a segurança alimentar na China, onde a inflação dos alimentos subiu para o maior patamar em mais de uma década e o presidente Xi Jinping fez recentemente um apelo pelo fim do desperdício. O salto dos preços do milho, essencial para os setores de suínos, laticínios e aves da China, vem após aumentos causados antes pela peste suína africana (PSA) e problemas de fornecedores internacionais devido à Covid-19, o que gera alertas sobre um crescente problema de oferta de alimentos. Os preços subiram à medida que o país se encaminha para a primeira escassez de milho em anos, na safra 2020/2021, que começa em outubro e pode enfrentar um déficit de 30 milhões de toneladas, cerca de 10% da safra total.

Isso provavelmente seria positivo para grandes exportadores, como Estados Unidos e Ucrânia, mas ameaça pressionar os preços globais e ter um impacto direto em outros setores, à medida que os consumidores de milho passam a usar outros grãos. Com certeza haverá uma escassez de milho no futuro e será necessário importar muito ano que vem, afirmou um executivo de uma empresa de trading estatal. Manter os estoques de alimentos é uma enorme fonte de legitimidade política para o Partido Comunista Chinês, mas o governo do país tem encontrado dificuldade em equilibrar o planejamento central com as forças do mercado de grãos. Os preços do milho em Jiamusi, no cinturão de grãos da China, atingiram máxima de cinco anos de 2.050 iuanes (R$ 297,00 dólares) por tonelada em 26 de agosto, uma alta de 27% desde o início do ano, antes de recuarem nos últimos dias.

O presidente Xi Jinping ressaltou as preocupações quando pediu que o país parasse com o desperdício de alimentos, levando muitos governos regionais a lançar campanhas relacionadas ao tema. A China espera uma safra abundante de milho em 2020/2021, de cerca de 266,5 milhões de toneladas, mas ainda não suficiente para atender à demanda, segundo o Ministério da Agricultura, que projeta estoques ao final do ano negativos em 16,7 milhões de toneladas. O déficit poderia chegar a até 30 milhões de toneladas, o que ultrapassaria a atual cota para importações da China, de 7 milhões de toneladas, que nunca foi totalmente utilizada. Se o governo não relaxar regulações sobre a cota de importação, haverá escassez” na China. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.