14/Set/2020
A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com os compradores retraídos, o ritmo de exportações ainda inferior ao do ano passado, a queda do dólar e a oferta da 2ª safra volumosa que ainda precisa encontrar destinação. Os preços do milho estão em queda na maior parte das regiões, influenciados pelo menor interesse de compradores, que, agora, indicam ter estoques para o curto prazo. Na região de Campinas (SP), base do Indicador ESALQ/BM&F, o milho registra queda de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 58,99 por saca de 60 Kg, 10. Nos últimos sete dias, a queda é de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Na região dos portos, no mesmo período, o valor do milho no mercado disponível do Porto de Paranaguá (PR) apresenta recuo de 1,6%, a R$ 55,72 por saca de 60 Kg. No Porto de Santos, a queda é de 0,9% no mesmo período, a R$ 57,11 por saca de 60 Kg.
Na B3, os contratos registram ajustes positivos, tendo como fundamento possíveis reações nas vendas externas do milho nos próximos meses, o que poderia diminuir a disponibilidade doméstica. Nos últimos sete dias, os vencimentos Setembro/2020 e Novembro/2020 registram avanço de 4,1% e 7,1%, respectivamente, indo para R$ 58,00 por saca de 60 Kg e R$ 58,72 por saca de 60 Kg. Os vencimentos Janeiro/2021 e Março/2021 apresentam valorização de 6,0% cada, para R$ 58,85 por saca de 60 Kg e R$ 58,50 por saca de 60 Kg, nesta ordem. Quanto às exportações, nos primeiros quatro dias úteis de setembro, foram embarcadas 1,89 milhão de toneladas de milho, com ritmo de carregamento diário de 472,69 mil toneladas, segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Caso esse desempenho permaneça até o final do mês, as vendas externas do cereal podem se aproximar de 10 milhões de toneladas, o que seria um recorde para um mês se setembro.
Na atual temporada (fevereiro/2020 a agosto/2020), já foram embarcadas 11,8 milhões de toneladas. Por enquanto, a estimativa é de exportações de 34,5 milhões de toneladas até janeiro de 2021. A produção nacional de 2019/2020 chegará a 102,5 milhões de toneladas. Considerando-se o estoque de passagem da safra 2019/2020 em 10,5 milhões de toneladas, a importação de 1 milhão de toneladas, o maior consumo doméstico de 68,6 milhões de toneladas e as exportações de 34,5 milhões de toneladas, os estoques de passagem da temporada 2020/2021 seriam de 10,5 milhões de toneladas em janeiro de 2021. Esse volume, por sua vez, representa apenas 56 dias de consumo interno a partir de fevereiro. Os produtores brasileiros voltam a ficar atentos ao clima, tendo em vista que o tempo seco pode dificultar o plantio da soja em outubro e, consequentemente, atrasar o plantio do milho da 2ª safra de 2021.
Na Região Sul, a falta de chuvas já preocupa agentes quanto ao desenvolvimento da safra de verão (1ª safra 2020/2021). No geral, a colheita está na reta final em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. No Paraná, as atividades somavam 89% da área estimada até o dia 8 de setembro. Em Mato Grosso do Sul, a colheita avançou 13,3% frente ao período anterior, chegando a 77,4%. No Rio Grande do Sul, a estimativa é de que serão produzidas nesta safra de verão (1ª safra 2020/2021) 5,93 milhões de toneladas, 43% superior à passada. No Paraná, 16% da área foi semeada. As atenções agora se voltam para as previsões de La Niña, que podem afetar o desenvolvimento da safra de verão. A NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos) confirmou o fenômeno meteorológico, que tem como característica diminuição das chuvas a partir de novembro em toda Região Sul do Brasil.
Além disso, poderá ser observado um atraso na estação chuvosa na Região Centro-Oeste. Nos Estados Unidos, preocupações com a oferta na temporada 2020/2021 impulsionam as cotações. Por enquanto, as condições das lavouras seguem piorando. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 61% das lavouras apresentavam condições boas ou excelentes até o dia 6 de setembro, queda de 1% em relação à semana anterior. Nos últimos sete dias, o contrato de Setembro/2020 registra valorização de 3,7%, a US$ 3,57 por bushel. Os contratos Dezembro/2020 e Março/2021 também apresentam avanço, 3,18% e 2,81%, a US$ 3,65 por bushel e US$ 3,75 por bushel, respectivamente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.