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29/Mar/2021

Tendência altista para os preços do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a oferta interna restrita neste primeiro semestre, cotações futuras em Chicago sustentadas ao redor dos US$ 5,50 por bushel, incertezas em relação à produtividade e produção da 2ª safra de 2021 – plantada com atraso – e dólar em patamares elevados. Os preços do milho seguem em patamares recordes na maior parte das regiões. O movimento de alta é reflexo dos baixos volumes em estoque, de incertezas quanto à produtividade das lavouras da 2ª safra de 2021 e da demanda interna firme. Nesse cenário, o ritmo de novos negócios é baixo. Por enquanto, as estimativas seguem indicando safra recorde, mas estas devem ser ajustadas à medida que lavouras forem se desenvolvendo. No momento, o temor é com o atraso na semeadura possa desfavorecer a produtividade.

Além disso, a maior umidade em regiões do Centro-Oeste e a falta de chuvas e altas temperaturas em regiões do Sul e Sudeste são acompanhadas de perto por agentes, esse contexto, inclusive, contribui para sustentar os preços domésticos. O Indicador ESALQ/BM&F, referente à região de Campinas (SP), está cotado a R$ 93,31 por saca de 60 Kg. A média da parcial de março é de R$ 91,01 por saca de 60 Kg, recorde real da série mensal (valores deflacionados pelo IGP-DI). Nos últimos sete dias, a alta é de 1,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,0% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os vencimentos Maio/2021 e Julho/2021 registram alta de 0,1% nos últimos sete dias, cotados a R$ 93,35 por saca de 60 Kg e a R$ 88,92 por saca de 60 Kg, respectivamente. Diante do baixo volume no spot brasileiro, os agentes já começam a avaliar a intensificação de importação do cereal, sobretudo os da Região Sul do Brasil, devido à facilidade logística.

Neste mês de março (15 dias úteis), as importações de milho somam 74,2 mil toneladas, alta de 0,3% em relação a março/2020, mas bem abaixo das compras externas de fevereiro/2021. As exportações começam a se desacelerar, devido à prioridade no embarque da soja e ao fato de os valores nos portos não estarem tão atrativos aos vendedores brasileiros. Na parcial de março, as vendas externas somam 292,9 mil toneladas, inferior às 822 mil toneladas de fevereiro/2021 e às 495 mil toneladas de março/2020. Na parcial de março, o Indicador ESALQ/BM&F registra média de R$ 91,01 por saca de 60 Kg, e o milho negociado no Porto de Paranaguá (PR), de R$ 79,98 por saca de 60 Kg, ou seja, diferença de R$ 11,00 por saca de 60 Kg, contra R$ 4,00 por saca de 60 Kg em fevereiro. Com produtores aguardando maiores valorizações e limitando o volume de mercadorias, as concentrações se voltam à finalização dos trabalhos de campo.

Em Mato Grosso, o cultivo da 2ª safra de 2021 caminha para o final. 97,5% da área havia sido semeada, avanço de 9,2% em relação à temporada anterior, mas ainda 2,4% atrasados em relação a 2019/2020. No Paraná, o cultivo da 2ª safra de 2021 atingiu 88% do estimado até 22 de março. Novas estimativas também foram divulgadas para a temporada 2020/2021. Para a 2ª safra de 2021, a expectativa é de aumento de 12%, podendo chegar a até 13,38 milhões de toneladas. Em Mato Grosso do Sul, auxiliados pelo clima, os produtores avançaram com a semeadura, chegando a 63,2% da área estadual. No Rio Grande do Sul, as chuvas seguem auxiliando as lavouras que ainda estão em desenvolvimento. 65% da área da 1ª safra de 2021 havia sido colhida até o dia 25 de março. Com aumento de 5,9% na área, a produção deve atingir 4,32 milhões de toneladas, aumento de 4,1% frente à temporada anterior.

Na Argentina, a colheita de grãos foi iniciada nos últimos dias. Em regiões como Entre Rios, Buenos Aires e La Pampa são necessárias mais precipitações para melhorar os atuais baixos níveis das reservas hídricas. Esse cenário mantém firme os preços na Argentina e nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, as cotações estão sustentadas, influenciadas pelo aperto na oferta norte-americana e pela valorização do petróleo. Porém, a expectativa de que Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indique aumento na área da safra 2021 no relatório a ser divulgado na quarta-feira (31/03), limita os ganhos. O contrato Maio/2021 se mantém estável, cotado a US$ 5,46 por bushel. O contrato Julho/2021 registra valorização de 0,4%, cotado a US$ 5,32 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.