20/Abr/2021

Geralmente, há milho de sobra no Brasil, um dos maiores produtores mundiais e o segundo maior exportador da commodity. Mas, agora, a oferta está apertada e os preços subindo, o que leva as processadoras de aves e suínos a importarem milho para ração. De janeiro a março, as importações aumentaram 90% em relação ao ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A BRF, maior processadora de aves do País, comprou dois carregamentos de milho da Argentina. A BRF também tem importado milho do Paraguai. Embora não seja atípico pequenos volumes de comércio entre os principais exportadores de grãos, o Brasil aumentou as importações de milho e soja depois que a forte demanda chinesa esgotou os estoques. Enquanto isso, os preços domésticos do milho mais do que dobraram nos últimos 12 meses.

Os contratos futuros na B3 ultrapassaram a marca histórica de R$ 100,00 por saca de 60 Kg pela primeira vez neste mês em meio ao impacto do clima adverso na produção de milho. A demanda do Brasil por milho deve se concentrar na Argentina, o terceiro maior exportador. Os embarques argentinos de milho a US$ 246,25 por tonelada são quase US$ 36,00 por tonelada mais baratos do que o grão do Brasil. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) espera ver volumes significativos de milho vindo da Argentina, já que o país tem grãos disponíveis para exportar.

Além da BRF, mais cinco empresas planejam importar, entre elas uma grande produtora. A ABPA também solicitou ao governo brasileiro que prorrogue a isenção do imposto de importação de milho já expirada para compras feitas fora do Mercosul, como forma de facilitar importações dos Estados Unidos, o maior exportador de milho. Produtores de carne da Região Nordeste buscam fornecedores norte-americanos de variedades de milho aprovadas para uso em rações no Brasil. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.