05/Mai/2021
Os futuros de milho fecharam em alta acentuada nesta terça-feira (04/05) na Bolsa de Chicago, pela quarta sessão consecutiva. As cotações foram sustentadas por temores quanto aos efeitos do clima seco em regiões produtoras de milho 2ª safra do Brasil e pela perspectiva de menor produção do cereal. Nas principais áreas, a escassez de chuvas tem ameaçado o desenvolvimento das lavouras, especialmente naquelas cultivadas fora da janela ideal, em virtude do atraso na colheita da soja. O vencimento julho do grão, o mais líquido atualmente, ganhou 17,25 cents (2,54%) e fechou a US$ 6,96 por bushel. Em quatro pregões, os contratos com tal vencimento acumulam valorização de 8,19%. Esta parece ser a 2ª safra mais seca em décadas.
O melhoramento genético das sementes é observado, mas a previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a produção de milho no Brasil é facilmente 10 milhões de toneladas mais alta. Isso é muito importante porque a demanda de exportação será deslocada para os Estados Unidos em agosto, o que torna mais graves quaisquer problemas climáticos que venham a ocorrer no Meio Oeste do país. Nos Estados Unidos, o plantio do cereal está levemente atrasado em comparação a igual período do ano anterior. A semeadura de milho alcançava 46% da área prevista até o dia 2 de maio, avanço de 29% na semana. Em intervalo correspondente do ano passado, os trabalhos de campo chegavam a 48% da área e, na média de cinco anos, em 36%.
Os futuros do milho também encontraram suporte na expectativa do mercado de uma nova queda nos estoques norte-americanos de etanol. Nesta quarta-feira (05/05), a Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos (EIA) e o Departamento de Energia (DoE) do país divulgam relatórios sobre a produção e os estoques do biocombustível no país. Pode ser a 11ª semana consecutiva de queda dos estoques de etanol do país. Para a produção do biocombustível, a estimativa é de um volume de 940 mil a 960 mil barris por dia, contra os 945 mil barris por dia relatados na semana passada. Nos Estados Unidos, o biocombustível é fabricado principalmente com milho e a indústria local consome cerca de um terço da safra doméstica.