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31/Mai/2021

Tendência baixista do milho com aumento da oferta

A pressão baixista se intensifica sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com aumento das ofertas por parte dos produtores, queda do dólar nos últimos dois meses, recuo das cotações futuras na Bolsa de Chicago e proximidade do início da colheita da 2ª safra de 2021. Mesmo com as quebras já consolidadas em diversas regiões produtoras, a produção da 2ª safra ainda deverá ser grande e deverá elevar o nível de ofertas no mercado interno. Os valores do milho estão recuando na maior parte das regiões, pressionados pelo maior interesse de vendedores em negociar o cereal. Os produtores estão mais ativos no mercado spot, tendo em vista a proximidade da colheita da 2ª safra de 2021, a expectativa de melhora nas condições das lavouras e as recentes desvalorizações internacionais. Os compradores, por sua vez, priorizam o consumo dos estoques no curto prazo, à espera de novas quedas nos preços após o avanço da colheita.

Nos últimos sete dias, os recuos nos preços são de 4,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 4,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na parcial do mês, as quedas são de respectivos 7,5% e 3,4%. O Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas/SP) apresenta recuo de 4,3% nos últimos sete dias e de 2,1% na parcial do mês, cotado a R$ 97,69 por saca de 60 Kg. Dentre as regiões, destacam-se as baixas verificadas no mercado disponível na região de Chapecó (SC), de 5,9% nos últimos sete dias e de 8,1% no mês, com o milho cotado a R$ 95,13 por saca de 60 Kg. Nas regiões produtoras, os recuos são ainda mais intensos. Na região norte do Paraná, a queda é de 7,5% nos últimos sete dia. Em Mato Grosso na região de Rondonópolis, o recuo é de 4,7% no mesmo comparativo. Em Mato Grosso do Sul, na região de Maracaju, a baixa é de 6,7% nos últimos sete dias.

Na B3, os valores dos contratos de curto prazo estão recuando, influenciados pelas quedas nos preços externos e por reajustes na perspectiva de oferta dos próximos meses. O contrato Julho/2021 apresenta desvalorização de 3,4% nos últimos sete dias, a R$ 93,93 por saca de 60 Kg. O contrato Setembro/2021 registra avanço de 1,5%, passando para R$ 94,47 por saca de 60 Kg. Na região dos portos, as negociações estão lentas, especialmente devido aos altos preços domésticos. Na parcial de maio, o valor do milho no mercado disponível do Porto de Paranaguá (PR) registra queda de 8,1%, a R$ 84,16 por saca de 60 Kg. Este ambiente tem estimulado os compradores a buscar alternativas de abastecimento no mercado internacional. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 15 dias úteis de maio, 45,7 mil toneladas do cereal foram recebidas nos portos brasileiros, volume muito superior às 8,5 mil toneladas importadas em maio/2020.

No Rio Grande do Sul, 90% das áreas da safra de verão (1ª safra 2020/2021) foram colhidas e outros 9% estão em maturação e 1% está em enchimento de grãos. Com a colheita de soja adiantada, a expectativa é de intensificações nos trabalhos com o cereal, com a maior disponibilidade de máquinas. No Paraná, 50% das lavouras de milho da 2ª safra de 2021 estão em fase de floração, 29%, em frutificação, 13%, em desenvolvimento vegetativo e 1% estava em germinação. Apenas 22% das lavouras estão boas condições, 47%, em médias e 31%, em ruins. Na Argentina, até o dia 20 de maio, 28% da área cultivada havia sido colhida, atraso de 15,9% em relação ao ano passado. A produtividade média está em 8,5 toneladas por hectare, o que ainda permite estimar uma produção de 46 milhões de toneladas, 5,5 milhões a menos que a temporada 2019/2020.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 90% da área destinada ao cereal nos Estados Unidos foi semeada até o dia 23 de maio, avanço semanal de 10%, e acima da média dos últimos cinco anos. Além disso, 64% das lavouras emergiram, 10% acima da média dos últimos cinco anos. Na Bolsa de Chicago, os valores ainda seguem influenciados pelas previsões de estoques mais confortáveis e pela melhora do clima no cinturão produtivo dos Estados Unidos. Por outro lado, as incertezas quanto à demanda chinesa impulsionam pontualmente as cotações futuras. Na parcial de maio, o contrato Julho/2021 caiu 1,3%, cotado a US$ 6,64 por bushel. O contrato Setembro/2021 se desvalorizou 1,1%, indo para US$ 5,79 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.