ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Jun/2021

Empresas brasileiras importam milho da Argentina

As primeiras cargas de milho argentino importado por empresas brasileiras como BRF e JBS começaram a desembarcar no País, que agora busca o cereal no vizinho para lidar com a quebra de safra nacional, preços em níveis recordes localmente e alta demanda da indústria de carnes. Um carregamento de cerca de 35 mil toneladas foi desembarcado ao final de maio, no Porto de Paranaguá (PR), e um segundo de aproximadamente 30 mil toneladas chegou ao Porto de Rio Grande (RS). Conforme dados da agência marítima Cargonave, que incluem também o Porto de Imbituba (SC) com destino, outros quatro navios com o cereal argentino devem aportar ainda este mês. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), já chegaram navios, que foram descarregados. Tem importação de trigo, não só de milho, para ração. o trigo é uma das alternativas das companhias produtoras de carnes suína e de frango, cujos custos estão crescentes devido ao preço das matérias-primas para alimentação.

A JBS está recebendo um navio com 30 mil toneladas de milho argentino, no Porto de Imbituba (SC). A empresa está atenta às oportunidades e alternativas para manter seu fornecimento de matérias-primas de maneira competitiva. A BRF, maior exportadora global de carne de frango, confirmou a importação de milho argentino, sem dar detalhes. A Aurora afirmou que está avaliando compras na Argentina, mas não está fazendo a operação ainda. Ao todo, entre volumes desembarcados e previstos para junho, o Brasil deve internalizar 191 mil toneladas de milho da Argentina via navios. O volume previsto de milho argentino na programação de navios representa quase o dobro das 103 mil toneladas compradas no parceiro do Mercosul em todo o ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura. No primeiro quadrimestre, o Brasil já importou 758 mil toneladas de milho, aumento de quase 70% ante o mesmo período do ano passado, com o produto do Paraguai, que chega em geral de caminhão, dominando quase que 100% das importações.

Ainda que a colheita da 2ª safra de 2021 esteja próxima de ganhar ritmo, o que em tese dificultaria negócios com o produto importado, a expectativa é de que cresçam ao longo do ano os volumes comprados pelo Brasil, que normalmente figura como o segundo exportador mundial de milho quando a oferta é mais abundante. Em 2020/2021, na direção contrária, as importações do cereal pelo Brasil devem somar 2,5 milhões de toneladas, cerca de 1 milhão acima da temporada passada. Deve haver uma forte queda nas exportações brasileiras devido à menor oferta. Para a ABPA, o dólar mais fraco frente ao Real no momento tem tornado o produto importado menos caro, sinalizando mais importações a depender dos desdobramentos no mercado brasileiro. Após máximas de fechamento de cerca de R$ 5,80 em março deste ano, agora a moeda norte-americana está em torno de R$ 5,00.

A quantidade de milho importado da Argentina vai depender do impacto da 2ª safra de 2021, do dólar e do prêmio da paridade, que agora tem se mostrado uma alternativa atrativa. A entidade afirma que uma empresa brasileira vai comprar mais de 100 mil toneladas de milho do Paraguai por terra, via caminhão. Os preços internos do milho estão mais estáveis, ainda que em patamares elevados. Segundo o Indicador Esalq, o milho está cotado a R$ 96,57 por saca de 60 Kg, inferior ao patamar histórico de R$ 103,00 por saca de 60 Kg visto em meados de maio, mas está mais que o dobro do valor nominal registrado no mesmo período do ano passado. Além de os valores terem subido na esteira das cotações internacionais, também influenciou a quebra da 2ª safra de 2021 pela seca, que deverá ser reduzida em mais de 15 milhões de toneladas em relação ao potencial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.