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14/Jun/2021

Tendência de baixa do milho com início da colheita

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado interno, com a aproximação da colheita da 2ª safra de 2021. Mesmo com quebras parciais de 21% em relação à estimativa inicial, a grande oferta de produto concentrada em alguns meses do ano está pressionando os preços. Os futuros em Chicago sustentados em níveis elevados e próximos de US$ 7 por bushel e o dólar voltando a subir no Brasil limitam a pressão baixista sobre os preços no Brasil. Diante da proximidade da colheita da 2ª safra de 2021, os preços do milho estão recuando no mercado spot da maior parte das regiões. Agora, os compradores estão adiando as negociações de grandes lotes, na perspectiva de que os preços possam baixar com o avanço da colheita. Os vendedores, por sua vez, estão receosos em ofertar volumes elevados, visto que muitos ainda estão incertos com a produtividade das lavouras e os estoques estão baixos. Nesse cenário, a liquidez está baixa.

Em São Paulo, predomina a maior pressão de compradores. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está cotado a R$ 94,88 por saca de 60 Kg, queda de 3,5% nos últimos sete dias. Na região de São Carlos, a queda é de 6,5% nos últimos sete dias, com o cereal negociado a R$ 94,12 por saca de 60 Kg. Na Região Centro-Oeste, os preços registram recuo de 2,6% nos últimos sete dias em Primavera do Leste (MT), indo para R$ 74,00 por saca de 60 Kg. Neste mesmo período, os valores apresentam queda de 3,6% em Rio Verde (GO), a R$ 86,92 por saca de 60 Kg; e de 3,5% em São Gabriel do Oeste (MS), a R$ 80,82 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a queda é de 0,5% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os vencimentos de curto prazo estão registrando queda.

O contrato Julho/2021 apresenta baixa de 1,8% nos últimos sete dias, a R$ 93,66 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2021 acumula desvalorização de 0,9% no mesmo período, a R$ 96,20 por saca de 60 Kg. Segundo projeções da nossa Consultoria, a 2ª safra de milho de 2021 está estimada em 65,2 milhões de toneladas, 21% abaixo da estimativa inicial de 82,6 milhões de toneladas. Esse resultado se deve à redução na produtividade das lavouras, considerando-se a média nacional. O principal motivo da queda na produtividade é a crise hídrica na maior parte das regiões produtoras. A safra total de milho no Brasil está reavaliada em 91,7 milhões de toneladas, ante a estimativa inicial de 110 milhões de toneladas. O consumo está estimado em 72,15 milhões de toneladas. Diante da perspectiva de menor oferta, as exportações devem atingir, no máximo, 25 milhões de toneladas em 2021.

As importações estão projetadas pela nossa Consultoria em 2,5 milhões de toneladas. Com isso, ao final da temporada, os estoques finais esperados são estimados em 7,7 milhões de toneladas, volume 28% menor que os da safra passada. No Paraná, o início da colheita do milho 2ª safra de 2021 segue pontual. Até o dia 7 de junho, 1% das lavouras do estado haviam sido colhidas. Refletindo o período de estiagem ao longo do desenvolvimento das lavouras, apenas 22% estão em boas condições, 46%, em médias e 32%, em ruins. Na Argentina, a colheita alcançou 37,8% da área. A produção de milho 2020/2021 passou a ser estimada em 48 milhões de toneladas. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 7 de junho indica que as condições das lavouras de milho entre ruins e muito ruins passaram de 4% na semana passada para 5%.

Em condições medianas estão 23%, acima dos 20% na semana passada. Entre boas e excelentes condições estão 72%, abaixo dos 76% na semana anterior. De acordo com o relatório mensal de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 10 de junho, a estimativa de produção de milho nos Estados Unidos na safra 2021/2022 foi mantida em 380,7 milhões de toneladas e, para o Brasil, a estimativa é de 118 milhões de toneladas. Os estoques finais projetados para os Estados Unidos foram revisados para baixo, passando de 38,28 milhões de toneladas para 34,47 milhões de toneladas. Na Bolsa de Chicago, a perspectiva de menor estoque elevou os preços. O contrato Julho/2021 registra valorização 5,6% nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,99 por bushel. O contrato Setembro/2021 apresenta avanço de 9,2%, indo para US$ 6,38 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.