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28/Jun/2021

Tendência baixista para preços do milho no Brasil

A tendência é baixista sobre os preços do milho no mercado brasileiro, com as cotações futuras recuando com força na Bolsa de Chicago e o dólar mantendo-se abaixo dos R$ 5 no Brasil. Na Bolsa de Chicago, o contrato julho/2021 caiu para US$ 6,37 por bushel. O contrato setembro/2021 caiu para US$ 5,30 por bushel e o contrato março/2022 recuou para 5,26 por bushel. Na sexta-feira (25/06), o dólar fechou em alta, mas se manteve abaixo de R$ 5 e acumulou queda de mais de 2% nos últimos cinco pregões. O dólar subiu 0,64% e fechou a R$ 4,93. Na semana passada, a cotação caiu 2,64%. Em junho, o dólar recuou 5,5%, e a moeda perde 4,9% em 2021. Com os compradores afastados do mercado spot, os valores do milho seguem em queda na maior parte das regiões brasileiras. Os compradores têm postergado as aquisições de novos lotes, à espera de melhores oportunidades à medida que a colheita avança. As recentes desvalorizações do câmbio e, consequentemente, do cereal nos portos também influenciaram a queda dos preços no interior do País.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra recuo de 3,7% nos últimos sete dias e, na parcial do mês, de 13,8%, cotado a R$ 86,27 por saca de 60 Kg, voltando aos patamares nominais observados no início de março deste ano. Nos últimos sete dias, os preços registram recuo de 5,5% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 4,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). As quedas têm sido mais intensas em regiões produtoras, especialmente nas do Centro-Oeste. Nos últimos sete dias, o milho apresenta desvalorização de expressivos 19,4% em Sorriso (MT), a R$ 60,93 por saca de 60 Kg. No mesmo período, as baixas são de 12,7% em Rio Verde (GO), de 11,6% em Araxá (MG) e de 9,4% em Dourados (MS). O preço do milho no mercado disponível no Porto de Paranaguá (PR) acumula queda de 8,7% nos últimos sete dias. Diante disso, em alguns momentos deste mês, o Indicador ESALQ/BM&F chegou a superar em R$ 10,00 por saca de 60 Kg a média verificada no Porto de Paranaguá, contexto que eleva a oferta do cereal ao mercado interno.

Ainda que essa disparidade seja típica para este período, chama a atenção a intensidade. Do lado vendedor, os que não necessitam fazer caixa resistem e evitam negociar. Neste caso, os agentes aguardam sustentações nos valores, fundamentados nas possíveis quedas de produtividade, devido ao atraso na semeadura e ao baixo volume de chuvas. Produtores do Sul do Brasil também estão atentos à entrada de uma nova frente fria na região nos próximos dias. Na B3, os contratos também estão recuando, mas em menor expressividade que no mercado físico nacional. O contrato de Julho/2021 registra desvalorização de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 81,78 por saca de 60 Kg. Para o segundo semestre, os contratos Setembro/2021 e Novembro/21 apresentam recuo de 1% e 1,2%, respectivamente, indo para R$ 82,26 por saca de 60 Kg e R$ 83,20 por saca de 60 Kg. No campo, o clima seco segue favorecendo a colheita. Até o dia 21 de junho, 3,9% da área estimada em Mato Grosso havia sido colhida, avanço de 1,9% em relação à semana anterior, mas 11,7% abaixo da safra passada.

No Paraná, até o dia 21 de junho, a colheita soma apenas 1% da área estimada. Em Mato Grosso do Sul, o baixo volume de chuvas registrado reduziu a estimativa de produção para a safra 2020/2021, para 8,25 milhões de toneladas, 22,3% inferior à da temporada 2019/2020. No mercado externo, as cotações estão recuando com força, influenciadas por expectativas de chuvas na maior parte das regiões produtoras do cereal dos Estados Unidos e pela melhora da demanda pelo milho daquele país. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 65% da área norte-americana está em condições boas ou excelentes (contra 72% em 2020) e 35%, entre razoáveis e ruins (contra 28% em 2020). Na Argentina, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgados no dia 24 de junho, com a colheita da soja finalizada, a atividade de campo envolvendo o milho avançou 5,3% na comparação com a semana anterior, somando 47,6% da área. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.