30/Jun/2021
No dia 10 de junho, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência, aprovou a importação de mais uma variedade de milho transgênico dos Estados Unidos, o DP-ØØ4114-3 que poderá ser usado tanto como ração quanto para alimentação humana. A medida é aprovada pelo setor de proteína animal que vem sofrendo com a escassez e os altos preços do milho e da soja, especialmente no último ano. A Organização Agrícola do Rio Grande do Sul, cujas entidades membros são a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Agrícolas (Sipargs), considera a importação de milho dos Estados Unidos como positiva, pois oferece mais opções para o setor. No mercado interno, o custo do milho está elevado, além de uma retração da oferta.
O milho avançou mais de 100% nos últimos 12 meses, por isso essa possibilidade de importar anima o setor. Mas, existem outras etapas a serem cumpridas em relação a viabilidade econômica, porém a liberação já é uma sinalização de que há alternativas. Indústrias bem estruturadas estão importando o grão e isso já tem dado reflexo no mercado interno, com leve queda nas cotações do milho. Sobre a redução do preço da carne de frango, há cautela, mas não está descartado que venha a ocorrer, a depender da celeridade desse processo, pois o preço ainda está elevado. Há, em paralelo, outras situações que estão impactando o setor como energia elétrica, embalagens, falta de containers, que têm trazido custos de armazenagem, por isso é precoce dizer que os custos da carne poderão ser atenuados.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou como positiva a liberação de importação de milho dos Estados Unidos. O setor produtivo enfrenta forte crise no acesso aos insumos básicos de produção (milho e soja) decorrente de altas históricas nos diversos polos de produção no País. Responsáveis por 70% da composição de custos de aves, suínos e ovos, o milho e a soja acumulam altas superiores a 100% e 60%, respectivamente. De acordo com o índice de referência do setor produtivo, o ICP (Índice de Custo de Produção da Embrapa Suínos e Aves), a alta acumulada nos custos, nos últimos 12 meses, gira em torno de 40%.
Agora, com a redução do desequilíbrio que existia entre a fácil exportação de grãos brasileiros e a difícil importação para território nacional, além da viabilização técnica da importação proveniente de grandes produtores de grãos, como é o caso dos Estados Unidos (aliada à isenção da TEC de importação desses insumos), espera-se que a os preços arrefeçam gradativamente. A entidade exaltou os esforços que estão sendo realizados pelo Ministério da Agricultura, sob a liderança da Ministra Tereza Cristina, para equilibrar o quadro interno de oferta de grãos, focado na sustentabilidade econômico-social da cadeia produtiva do agro brasileiro e o abastecimento à população. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.