05/Jul/2021

O avanço de uma forte onda de frio na semana passada atingiu não somente a Região Sul do País, mas também derrubou as temperaturas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Os impactos foram observados em lavouras de milho 2ª safra de 2021 plantadas mais tarde. Houve formação de geadas mais intensas no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Algumas lavouras já haviam registrado perda de produtividade devido à estiagem e agora podem ter mais quedas com o fenômeno. No dia 29 de junho, houve formação de geada em várias cidades, com temperaturas muito baixas e até negativas. Analistas já projetam novas quebras de safra, mas aguardam para mensurar exatamente este montante, uma vez que o frio leva alguns dias para mostrar seus efeitos.

O impacto do fenômeno climático poderia ter sido mais intenso, não fossem as chuvas registradas em algumas regiões, principalmente no norte do Paraná e algumas áreas de Mato Grosso do Sul. No Paraguai, as perdas também devem ser significativas. Em áreas da Coopavel, localizada em Cascavel (PR) e que atua em 20 municípios do oeste e sudoeste do Estado, somente as lavouras em maturação não serão afetadas. Em áreas da Cocamar, norte e noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, as pastagens, que já vinham mal devido à falta de chuvas, ficaram recobertas por uma camada de gelo, trazendo ainda mais preocupação aos pecuaristas.

Mas, ainda não é possível avaliar a extensão de possíveis perdas no milho. A geada foi generalizada, congelando espigas que ainda estavam em fase de formação. Atualmente, considerando apenas os efeitos da severa seca no Centro-Sul, a 2ª safra de 2021 está estimada em 61,6 milhões de toneladas, queda de 22,4 milhões de toneladas em relação potencial inicial. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a 2ª safra de milho de 2021 no Paraná está estimada em 9,8 milhões de toneladas, com queda de cerca de 5 milhões de toneladas ante o potencial inicial, devido ao impacto da seca.