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19/Jul/2021

Tendência de alta para o milho no mercado interno

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com a expressiva quebra da 2ª safra de 2021, mas essa alta será limitada pelos ingressos de grão da Argentina, que chega ao Brasil atualmente a valores inferiores aos praticados em nosso País. O dólar em patamares mais baixos também reduz a paridade de importação e a tendência é de aumento das compras na Argentina nos próximos meses. O dólar fechou perto da estabilidade ante o Real na sexta-feira (16/07), mas apresentou baixa no acumulado da semana passada. A moeda norte-americana encerrou a semana passada em queda de 2,6% frente ao Real. Muitos compradores no Brasil estão avaliando a importação de milho argentino, principalmente para embarques a partir de outubro, novembro e dezembro. O milho da Argentina continua bastante competitivo, porém, há sinais de alerta sobre os baixos níveis do Rio Paraná, o que obriga os navios a carregarem menos produto, trazendo os prêmios para cima no país em outros portos para completar estas cargas, o que também estimula mais demanda para os portos do norte do Brasil, promovendo altas nos prêmios interno.

Essa competitividade maior e ainda presente do milho importado segue como um limitador dos preços do milho brasileiro. As cotações seguem elevadas, mas ocorreram ajustes na B3. No acumulado da semana, o contrato setembro registrou baixa de R$ 1,10 por saca de 60 Kg. Na sexta-feira (16/07), o milho negociado no mercado futuro da B3 fechou com baixa de 1,8%, com o contrato setembro a R$ 94,58 por saca de 60 Kg. Com o baixo estoque da produção da safra de verão (1ª safra 2020/2021) e as preocupações com a produtividade das lavouras da 2ª safra de 2021 que estão sendo colhidas, os produtores seguem limitado a oferta de milho no spot nacional e priorizando as entregas dos lotes negociados antecipadamente. No geral, os negócios no spot são pontuais, ocorrendo de acordo com a necessidade de compradores, que precisam ceder aos preços indicados por vendedores. Esse cenário sustenta o firme movimento de alta nos preços do cereal. O avanço nos valores é verificado há 15 dias consecutivos. Na região de Campinas/SP, o Indicador ESALQ/BM&F está cotado a R$ 97,34 por saca de 60 Kg, altas de 2,2% nos últimos sete dias e de 9,4% na parcial de julho.

Dentre as regiões, os avanços mais expressivos são verificados na Região Centro-Oeste. Nos últimos sete dias, as altas nas cotações em Rio Verde (GO), Dourados (MS) e Sorriso (MT) são de 9,1%, 4,0% e 7,1%, respectivamente. No mesmo período, na região da Mogiana (SP) e em Sorocabana (SP), as elevações são de 1,8% e de 2,4%. No norte e oeste do Paraná, os aumentos são de 2,6% e de 2,9%. Em Campos Novos (SC) e em Santa Rosa (RS), os preços registram alta de 1,9% e 2,0% nos últimos sete dias, nesta ordem. Nos últimos sete dias, os incrementos são de 4,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Nos portos, as negociações também estão em ritmo lento. Os exportadores indicam valores abaixo dos pedidos por vendedores, que, por sua vez, estão inferiores aos observados atualmente no interior do País. A indicação de exportadores é de R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para embarque nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) em setembro, enquanto o contrato na B3 para o mesmo mês registra média de R$ 95,67 por saca de 60 Kg em julho.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em sete dias úteis de julho, saíram dos portos brasileiros apenas 153 mil toneladas do cereal, com média de diária de 21,9 mil toneladas, contra 173 mil toneladas/dia em julho/2020. Com o tempo predominante seco na maior parte das regiões de 2ª safra, os produtores seguem com a colheita. Em Mato Grosso, a colheita havia atingido 35,5% do total da área estimada até dia 9 de julho, expressivo avanço de 13% em uma semana, mas ainda com atrasado de 25% em relação a 2020. Até o momento, a produtividade das lavouras está acima de 100 sacas de 60 quilos por hectare, mas pode ser ajustada negativamente conforme a colheita progredir. No Paraná, a colheita também avançou, mas com menor expressividade. Até o dia 13 de julho, as atividades haviam alcançado 3% da área total estimada.

Em outros Estados, como São Paulo, Goiás, Minas Gerais, a colheita somava 8%, 9% e 28%, respectivamente, das áreas. Em Mato Grosso do Sul, alguns produtores iniciaram as atividades, mas a intensificação deve ocorrer em agosto. Nos Estados Unidos, a previsão de clima quente e seco pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras e limitar o potencial produtivo, que, por sua vez, reduziria a oferta do cereal. Diante disso, os preços estão avançando na Bolsa de Chicago. Os contratos Setembro/2021 e Dezembro/2021 apresentam significativos avanços de 5,1% e de 6,2% nos últimos sete dias, para US$ 5,64 por bushel e a 5,56 por bushel, respectivamente. Na Argentina, a produtividade pode ser prejudicada também pela seca e por geadas registradas há algumas semanas. Até o dia 15 de julho, a colheita de milho havia alcançado 62,4% do total da área estimada, avanço de 6,4% frente à semana anterior. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.