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27/Jul/2021

JBS importa da Argentina com quebra na 2ª safra

A quebra na safra de milho do Brasil tem levado a indústria de carnes a recorrer ao cereal importado da Argentina para suprir sua demanda pelo insumo para ração. Assim, a JBS, segunda maior empresa de alimentos no mundo, já adquiriu 30 navios do cereal argentino. As negociações ocorreram diante de valores de R$ 15,00 a R$ 20,00 por saca de 60 Kg mais competitivos que os do mercado interno, considerando as indústrias localizadas nas Regiões Sul e Sudeste. Do total de milho utilizado para alimentação de aves e suínos na produção da JBS/Seara no Brasil, a importação já representa 25% do consumo, com volumes superiores a 1 milhão de toneladas. Não foram detalhadas as datas de chegada e os volumes exatos do cereal importado. Além disso, a empresa afirmou que a excelente safra na Argentina é o que tem dado oportunidade para importação com preços mais atrativos.

O plantio atrasado e em grande parte fora da janela ideal para a 2ª safra de milho de 2021 afetou o desenvolvimento das lavouras nos principais Estados produtores do Brasil, que ainda atravessaram uma seca e, mais recentemente, geadas. Neste cenário, a JBS ressaltou que parte das adversidades também está sendo compensada pela redução das exportações do cereal. Atualmente, o Brasil vê uma onda de renegociações de contratos de exportação por “washout”, com empresas direcionando o milho ao mercado interno, tamanha a valorização do produto demandado pela indústria de carnes. Para a JBS, o País deixará de embarcar 15 milhões de toneladas do cereal neste ano e deverá importar pelo menos 4 milhões de toneladas. Com a boa oferta de milho da Argentina a preços mais competitivos, é questão de tempo para que o mercado doméstico equalize os seus preços com o mercado de importação. A empresa continuará buscando as melhores alternativas de mercado para assegurar a competitividade.

A Aurora Alimentos afirmou que planeja importar milho da Argentina e dos Estados Unidos ainda este ano em face da escassez desse grão no mercado interno e dos elevados preços de comercialização. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que as companhias do setor estão intensificando as compras do milho argentino e, na Região Nordeste, negociam para trazer o cereal norte-americano. Daqui para frente, deve ser cada vez mais presente a importação de milho da Argentina. Em junho, começaram a desembarcar no Brasil as primeiras cargas do cereal argentino compradas neste ano, que somaram cerca de 95 mil toneladas, de acordo com dados do Ministério da Agricultura. O Brasil importou ao todo no primeiro semestre 937 mil toneladas de milho, o dobro do verificado no mesmo período do ano passado. O maior volume veio do Paraguai (841 mil toneladas), em carregamentos que chegam em geral por rodovias.

A importação é uma das alternativas do Brasil, tradicionalmente um dos maiores exportadores globais, para lidar com uma redução na produção de milho que já chega a 9% ante a safra passada, para 93,4 milhões de toneladas, segundo números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados neste mês. Ao final de junho, geadas atingiram importantes áreas produtoras, como Paraná e Mato Grosso do Sul, derrubando mais a produção, o que pode ajudar a explicar as novas compras externas. As cotações, que chegaram a cair com a entrada da 2ª safra de 2021, passaram a subir no Brasil, descolando do mercado da Bolsa de Chicago em julho. No dia 23 de julho, o Indicador do milho Esalq/B3 atingiu R$ 99,99 por saca de 60 Kg, alta de 11,63% na variação mensal e o dobro ante os R$ 48,83 por saca de 60 Kg vistos um ano antes. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.