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05/Ago/2021

Preços do milho sofrem recuos com as importações

A importação de milho da Argentina e o redirecionamento por parte de tradings, ao mercado interno, de lotes inicialmente destinados à exportação, continuam surtindo efeito em regiões produtoras do cereal. Em Mato Grosso, observa-se uma menor procura de volumes para compradores da Região Sul do Brasil, justamente aqueles que vêm recebendo, aos poucos, grão trazido do país vizinho. A menor concorrência abriu espaço para que os consumidores domésticos do próprio Estado reduzissem os valores indicados. Os vendedores, no entanto, seguem distantes das negociações, sem nem sinalizar por quanto poderiam voltar se desfazer de lotes. A situação é semelhante na Região Sul, onde alguns compradores ainda estão abastecidos com milho importado ou trazido de Estados mais próximos e os produtores demonstram pouco interesse em fechar acordo agora.

Em Mato Grosso, na região de Sorriso, o ritmo da negociação está menor nesta semana, com redução no apetite de compradores de fora do Estado. Assim, as indústrias de etanol indicam valores mais baixos, o que desestimula os negócios. As usinas indicam entre R$ 72,00 e R$ 73,00 por saca de 60 Kg FOB, base Sorriso ou Nova Mutum, para embarque em setembro e pagamento no fim do mesmo mês. Os compradores de outros Estados indicam R$ 76,00 por saca de 60 Kg, nos mesmos prazos. A queda na demanda se dá tanto pela importação como pelo direcionamento de milho ao mercado interno por tradings. Os valores indicados para exportação continuam sem competitividade em comparação aos do mercado interno.

Os exportadores indicam R$ 63,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em agosto e pagamento em setembro, base Sorriso ou Nova Mutum; e entre R$ 66,00 e R$ 67,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em novembro e pagamento no fim do mesmo mês. Os produtores seguem desinteressados em fazer novos acordos. A comercialização antecipada da 2ª safra de 2022 também está praticamente parada, pois o produtor está fora do mercado, principalmente devido à diferença entre os preços no spot e do grão futuro. As usinas de etanol indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em julho do ano que vem, o equivalente a R$ 59,00 por saca de 60 Kg FOB. Os exportadores indicam no máximo R$ 59,50 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento no fim de setembro. Os produtores estão retraídos.

No Paraná, compradores e vendedores não chegam a um acordo sobre preços após as quebras por estiagem e geadas. Na região norte do Estado, as indicações variam conforme a necessidade. A indicação é de R$ 96,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata ou em setembro e pagamento um mês após o embarque; e R$ 100,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Em ambos os casos, contudo, a negociação não avança. A demanda vem principalmente de granjas neste momento, mas os vendedores estão fora do mercado. Na região oeste, as negociações estão travadas pela disparidade entre as indicações de compra e venda. Posto em Santa Catarina, os compradores indicam entre R$ 94,00 e R$ 96,00 por saca de 60 Kg no disponível, valores muito abaixo do interesse de venda.