10/Ago/2021
Em Mato Grosso do Sul, os participantes do mercado de milho continuam observando efeitos das recentes importações de milho argentino. Alguns compradores da Região Sul seguem em busca de lotes no Estado, mas sem urgência ou aumento dos preços indicados. Somente lotes pontuais são comercializados. Os produtores continuam mais centrados nas lavouras e no cumprimento de contratos, já que a colheita segue lenta no Estado em razão da umidade e as produtividades verificadas no campo, até agora, não são animadoras. Na Região Sul, a situação é semelhante: o frio também atrasa a retirada da cereal do campo e os compradores estão abastecidos por milho trazido de fora do País.
Em Mato Grosso do Sul, a oferta de volumes ainda é escassa e o interesse de vendedores em fazer negócio, baixo. Os compradores não têm urgência em originar milho no momento em virtude das importações de milho argentino. Na região de Dourados, os compradores indicam entre R$ 90,00 e R$ 91,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Os vendedores desejam valores mais altos. Os valores indicados para exportação, assim como em todo o País, seguem sem competitividade em comparação aos do mercado interno. Em Dourados, estão em torno de R$ 65,00 por saca de 60 Kg, nos mesmos prazos.
Em meados de setembro, quando a colheita provavelmente estará sendo finalizada no Estado e os produtores terão melhor noção do que sobrou em estoque, a movimentação de lotes poderá aumentar. A comercialização antecipada da 2ª safra de 2021 também não avança, sob influência das incertezas que cercam a produção atual e pelo receio dos produtores de, assim como no ano passado, vender agora por preço inferior ao praticado no momento da colheita futura. Os compradores do mercado interno indicam entre R$ 65,00 e R$ 66,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho de 2022 e pagamento em agosto.
No Paraná, a movimentação é fraca e as indicações de compra são raras. Como a oferta das regiões oeste e norte do Estado não será suficiente para suprir a demanda neste ano, os compradores tendem a fazer aquisições localmente conforme a necessidade e se não conseguirem buscar milho em outros Estados. A conta para importação no Paraná pode não ficar tão favorável quanto para Santa Catarina no momento de maior fluxo de fertilizantes importados vindo do porto com frete de retorno. No Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 81,60 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento em 30 de setembro e R$ 81,00 por saca de 60 Kg, para entrega em setembro e pagamento em 30 de outubro. Quanto à 2ª safra de 2022, os compradores indicam entre R$ 72,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg, para retirada no norte do Paraná em agosto do ano que vem e pagamento 30 dias depois, mas os vendedores não demonstram interesse.