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17/Ago/2021

Importação de milho cresce com quebras na safra

A quebra da produção brasileira de milho na safra atual (2020/2021) e a forte alta nos preços no mercado interno levaram ao aumento das importações do cereal em 2021. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), considerando a safra de verão (1ª safra 2020/2021), a 2ª safra de 2021 e a 3ª safra de 2021, está prevista uma produção de 86,65 milhões de toneladas na temporada atual. Esse volume é 15,5% menor que o colhido na safra passada (2019/2020), o equivalente a 15,94 milhões de toneladas a menos este ano. O Brasil está colhendo a 2ª safra, que sofreu prejuízos em função do atraso na semeadura e do clima adverso no primeiro semestre, e teve perdas acentuadas em regiões assoladas pelas geadas ocorridas em julho. As revisões para baixo nas estimativas de produção, a demanda interna aquecida e o câmbio em patamares altos deram sustentação às cotações no mercado brasileiro ao longo de 2021.

A referência na região de Campinas (SP) está em R$ 104,00 por saca de 60 Kg (10/08/2021), uma alta de 33,3% no acumulado deste ano e de 84,1% na comparação com agosto do ano passado. Na região, as cotações chegaram a cair expressivamente em junho, com o início da colheita da 2ª safra de 2021, mas os preços retomaram a firmeza em julho, com as geadas e as consequentes perdas nas lavouras. Nos primeiros dias de agosto, com o clima pesando menos, os preços estiveram mais frouxos, mas ainda em patamares elevados. De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a julho, o Brasil importou 1,08 milhão de toneladas de milho em grão. O volume aumentou 112,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os gastos com essas importações somaram US$216,29 milhões, um incremento de 176,5% em relação a igual período de 2020. Considerando as despesas, 71% do milho teve como origem o Paraguai e 28% a Argentina.

O restante veio principalmente dos Estados Unidos. Tomando como base a cotações do milho importado em julho, o preço médio foi de US$ 258,13 por tonelada ou R$ 1.329,83 por tonelada, considerando a cotação média do dólar de R$ 5,15 no último mês. O preço médio do milho importado foi de R$ 79,79 por saca de 60 Kg, sem considerar o frete. Como a maior importação é do Paraguai, se considerar o frete rodoviário para o Sul/Centro-Sul do País, de R$ 150,00 a R$ 200,00 por tonelada, o preço posto no Brasil ficaria entre R$ 88,79 e R$ 91,79 por saca de 60 Kg. Para uma comparação com as cotações vigentes no mercado brasileiro, no Paraná o preço médio do milho está em R$ 100,10 por saca de 60 Kg; em Santa Catarina a referência está em R$ 103,13 por saca de 60 Kg; e no Rio Grande do Sul o preço médio está em R$ 97,33 por saca de 60 Kg. Para a temporada atual (2020/2021), a Conab estima que o Brasil importará 2,30 milhões de toneladas, frente às 1,45 milhões de toneladas importadas no ciclo anterior.

Com relação aos preços, para o curto e médio prazos (agosto) o cenário é de cautela, diante das perdas e revisões para baixo na produção de milho na 2ª safra de 2021 no Brasil. O dólar voltando a subir também colabora com o viés de preços firmes para as commodities no mercado brasileiro. Porém, com o avanço da colheita e o aumento da disponibilidade interna, se o comprador ficar retraído e o clima for mais favorável, existe espaço para recuos pontuais nas cotações, como verificado nos primeiros dias de agosto. Outros pontos importantes que podem pontualmente tirar a sustentação do mercado são as importações em volumes maiores que os estimados e o clima melhor nos Estados Unidos, depois da falta de chuvas e calor em importantes regiões produtoras, que fez os preços do milho e da soja recuarem nos últimos dias no mercado norte-americano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.