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23/Ago/2021

Tendência de estabilidade para os preços do milho

A tendência é de preços estáveis para o milho no mercado brasileiro, diante do aumento do ingresso de produto importado no País, compradores retraídos e de cotações futuras perdendo força nos últimos dias. O dólar fechou em queda na sexta-feira (20/08), mas chegou a bater em R$ 5,47. O dólar caiu 0,70%, para R$ 5,38. Na semana passada, o dólar subiu 2,65%, valorização mais forte desde a semana finda em 9 de julho. Em agosto, a moeda ganha 3,39%, elevando a alta no ano para 3,73%. As estimativas finais da expedição de safra Pro Farmer Crop Tour, que percorreu lavouras do Meio Oeste dos Estados Unidos na semana passada, apontam para uma produção volumosa de milho no país, maior do que a projetada na semana passada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os compradores de milho seguem afastados do mercado spot nacional, com expectativa de melhores oportunidades nas próximas semanas.

Esses agentes estão fundamentados no avanço da colheita e nos vencimentos de dívidas de custeio no final de agosto e de setembro, que pode levar os vendedores a aceitarem negociar novos lotes a preços menores, no intuito de fazer caixa. Por enquanto, a maior parte dos produtores segue retraída do mercado. Diante disso, as negociações estão lentas no mercado spot, e os preços, mais estáveis. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas-SP) registra leve alta de 0,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 98,79 por saca de 60 Kg. O Indicador está na casa próxima dos R$ 99,00 por saca de 60 Kg desde o dia 12 de agosto. Os consumidores de São Paulo, especificamente, encontraram vendedores um pouco mais flexíveis na última semana, sobretudo tradings. Dentre as regiões, o Paraná tem se destacado pela baixa oferta. Com a colheita em andamento, os produtores do Estado relatam que as quebras nas produtividades são expressivas.

Os preços do milho registram alta de 0,9% nos últimos sete dias em Ponta Grossa, 0,5% na região oeste do Estado e de 0,7% na região. No mesmo período, os valores médios apresentam avanço de 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No geral, os agentes estão com as atenções voltadas ao ritmo das exportações. Por enquanto, o mercado interno segue com preços acima dos registrados nos portos. Na parcial de agosto, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) está 20% superior ao preço do milho disponível no Porto de Paranaguá (PR). Esse contexto tende a manter lento o ritmo de exportações. Na B3, os contratos registram quedas expressivas, devido ao bom andamento da colheita, à possiblidade de isenção em tributações para o milho importado e à expectativa de leilões por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), visando beneficiar os pequenos produtores.

O vencimento Setembro/2021 acumula desvalorização de 3,1% nos últimos sete dias, indo para R$ 96,94 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2021 apresenta queda de 2,8% no mesmo período, a R$ 97,60 por saca de 60 Kg. No campo, a colheita se aproxima da reta final em Mato Grosso e caminha bem em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Em Mato Grosso, a colheita está encerrada. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 13 de agosto, 37% da área havia sido colhida, avanço de 16,6% na semana, mas ainda 1,5% abaixo do verificado na temporada passada. Para São Paulo, Minas Gerais e Goiás, a colheita atinge 30%, 42% e 75%, respectivamente, da área estimada. No Paraná, a colheita do cereal segue mais lenta, sobretudo na região norte. Até o dia 16 de agosto, 39% da área estadual havia sido colhida, avanço semanal de 17%, mas bem abaixo dos 51% da safra passada. Atualmente, das lavouras do Estado, 57% apresentam condições ruins, 38% têm condições médias e apenas 5% têm boas condições.

Na Bolsa de Chicago, os contratos estão pressionados por previsões de chuvas em algumas regiões produtoras e pela alta do dólar, que torna os produtos norte-americanos menos competitivos. Esse movimento foi verificado mesmo com as preocupações com a oferta enxuta prevista pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na semana anterior. O contrato Setembro/2021 registra recuo de 3% nos últimos sete dias, a US$ 5,50 por bushel; o Dezembro/2021 tem desvalorização de 4% no mesmo período, a US$ 5,50 por bushel. De acordo com o relatório semanal do USDA, divulgado no dia 16 de agosto, em torno de 4% da safra norte-americana apresenta condição muito ruim, 9% estão em condições ruins, 25%, em médias, 47%, em boas e 15%, em excelentes. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.