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03/Set/2021

Preços do milho pressionados pela fraca demanda

Mesmo com a quebra na 2ª safra de 2021, os preços do milho continuam a ceder nas regiões produtoras do País. A pressão sobre as cotações decorre da fraca demanda das agroindústrias no mercado spot do grão. Diante da desvalorização da safra, os produtores tentam segurar ao máximo os lotes disponíveis e com isso a comercialização praticamente não anda, a não ser pontualmente, conforme necessidade de pequenos consumidores.

Em Mato Grosso, na região de Sorriso, a demanda por milho no momento é muito fraca, o que se reflete nos preços. Os consumidores domésticos do Estado estão fora do mercado, bem como comerciantes que costumam buscar milho para vender a compradores de outros Estados. Os compradores em geral estão abastecidos por volumes importados, lotes que seriam exportados e foram ofertados por tradings no mercado interno e por volumes adquiridos nos últimos meses. A indicação de compra é de R$ 73,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em setembro e pagamento no fim do mês. Os produtores estão mais atentos e preocupados com a queda dos preços, mas ainda não há forte ímpeto de venda.

A diferença entre os valores apresentados por consumidores domésticos e exportadores está menor, mas ainda não há demanda de tradings. A comercialização antecipada da 2ª safra de 2022 é ainda mais lenta na região. Os consumidores domésticos indicam entre R$ 60,00 e R$ 62,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega entre junho e julho e pagamento em agosto. Tradings indicam entre R$ 52,00 e R$ 55,00 por saca de 60 Kg CIF e FOB, nos mesmos prazos. Os preços estão estáveis e os produtores não demonstram interesse em vender agora. Tanto na ponta compradora como na vendedora, há pouco interesse em negociar.

No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, a negociação com milho está praticamente parada há pelo menos uma semana. O desacordo sobre preços entre a ponta compradora e a vendedora prossegue, com indicações girando em torno de R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Os produtores, entretanto, desejam valores mais remuneradores. Há pouco apetite comprador e tendência de pressão sobre os preços porque grandes agroindústrias seguem abastecidas ou com milho importado ou trazido de Mato Grosso. Em relação à negociação antecipada da safra de verão (1ª safra 2021/2022), a negociação é praticamente inexistente, sem indicações de compra ou venda. Os produtores seguem resistentes a liberar lotes antecipados para não correr o risco de presenciarem, mais à frente, nova disparada de preços, como ocorreu na safra passada. Assim, nem sequer ofertam.