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13/Out/2021

Projeções de mercados externo e interno de milho

O clima e seus impactos na produção na temporada 2021/2022 serão decisivos na precificação do cereal em 2022. Desde agosto, as cotações do milho estão mais frouxas no mercado brasileiro. Na região de Campinas (SP), a referência está em R$ 94,50 por saca de 60 Kg, um recuo de 4,5% em 30 dias. Apesar das quedas em relação a outubro do ano passado, a cotação do cereal está 37% maior este ano. Os principais fatores de baixa no mercado brasileiro são: a conclusão da colheita do milho 2ª safra de 2021 e, consequentemente, o aumento da disponibilidade interna e maior intenção do vendedor em negociar. Outro ponto é o início da colheita do milho nos Estados Unidos (safra 2021/2022) e pressão de baixa sobre as cotações no mercado internacional. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 3 de outubro, 29% da área plantada com a cultura fora colhida.

A expectativa é de que os norte-americanos colherão 380,93 milhões de toneladas no ciclo atual, frente às 360,25 milhões de toneladas colhidas na temporada passada (2020/2021). Por fim, de volta ao mercado brasileiro, destaca-se a suspensão da cobrança de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro/2021, segundo a Medida Provisória nº 1.071, publicada em 23 de setembro. A expectativa é que a retirada dos impostos represente redução de 9,25% no custo de importação. Outra medida tomada neste ano foi a retirada do imposto de importação (8%), a Tarifa Externa Comum (TEC), até o fim de 2021 e a facilitação para as compras de milho geneticamente modificado cultivado nos Estados Unidos. Com relação às importações brasileiras, o volume médio diário em setembro foi de 19,4 mil toneladas, 176,5% mais que a média de setembro de 2020 (Secex).

Para o curto prazo (outubro), o viés é de baixa para os preços no mercado interno, com os fatores citados pressionando as cotações. No entanto, o câmbio merece atenção, pois se o dólar firmar frente ao Real, a tendência é de preços sustentados para as commodities agrícolas de maneira geral. Outro ponto de atenção é com relação ao desenrolar da semeadura da safra brasileira de grãos (safra de verão – 1ª safra 2021/2022), bem como as expectativas com relação à janela de plantio do milho 2ª safra de 2022. Em caso de atrasos nas chuvas e no plantio da safra de verão (1ª safra 2021/2022), a janela de plantio poderá ser comprometida, como ocorreu na temporada que terminou (2020/2021). No médio prazo, a baixa disponibilidade no primeiro trimestre no Brasil é um fator de alta sobre os preços nos primeiros meses de 2022.

Lembrando que, basicamente, a oferta nesses períodos do ano é composta pelos estoques de passagem mais o volume que será colhido na safra de verão, que representa menos de 30% do volume produzido no País. Para o final de 2020/2021, estão previstas 5,80 milhões de toneladas, o menor volume desde a temporada 2015/16, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por fim, se confirmadas as estimativas iniciais de aumento na área semeada na 2ª safra de 2022 no Brasil e o clima colaborar para uma boa produtividade, a tendência é de preços mais pressionados para baixo no segundo trimestre e começo do terceiro trimestre de 2022. A expectativa inicial da Conab é de aumento de 3% na área plantada com milho no Brasil no ciclo 2021/2022 e uma produtividade média 6% maior, frente à safra passada (2020/2021). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.