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12/Nov/2021

EUA: etanol de milho acumula forte alta neste ano

Os preços do etanol, à base de milho nos Estados Unidos, subiram cerca de 50% no acumulado do ano, com o contrato de curto prazo sendo negociado a cerca de US$ 2,20 por galão na Bolsa de Chicago. A cotação ultrapassou US$ 2,00 por galão no início deste ano, pela primeira vez desde 2014. Os valores da gasolina também são os mais altos em sete anos, de acordo com dados da Administração de Informação de Energia do país (EIA). A alta é impulsionada, em parte, pelo retorno dos motoristas às estradas, após o afrouxamento das restrições impostas pela pandemia. Segundo levantamento da Administração Federal de Rodovias dos Estados Unidos, o tráfego nas ruas aumentou 8% em agosto ante o mesmo período do ano passado. Em um cenário de demanda apertada, os preços das commodities têm subido à medida que os corretores de fundos buscam um hedge contra a inflação.

As cotações agrícolas subiram, bem como os custos mais elevados de insumos para as safras. Enquanto isso, as refinarias vêm produzindo mais combustível, mas não conseguem atender à demanda. A produção ajustada de gasolina, para a semana encerrada em 5 de novembro, totalizou 10,1 milhões de barris por dia, um pouco abaixo da semana anterior, mas ainda com alta de cerca de 10% até agora este ano. A produção diária de etanol nos Estados Unidos caiu para pouco mais de 1 milhão de barris por dia nesta semana, depois de subir para um nível recorde de 1,11 milhão de barris por dia na semana passada. No início da pandemia de Covid-19, a produção diária caiu para o seu nível mais baixo. Com as pessoas ficando mais em casa, os produtores de etanol suspenderam a produção e fecharam fábricas não lucrativas.

A trading de commodities agrícolas Archer Daniels Midland (ADM) relatou que margens operacionais mais fortes para sua unidade de processamento de milho ajudaram esse segmento a obter um lucro de US$ 35 milhões no terceiro trimestre da empresa, em comparação com um prejuízo de US$ 11 milhões durante o mesmo período ano passado. As margens de etanol estão extremamente saudáveis. Embora a ADM preveja que as fortes margens do etanol continuarão pelo resto do ano, junto com a Bunge, a companhia destacou que ambas estão se retirando dos mercados de etanol, encontrando alternativas para suas instalações de processamento, como combustível de aviação sustentável. Segundo a Associação de Combustíveis Renováveis, foram dois anos de margens ruins. No curto prazo, os preços do milho estão subindo, com as refinarias de etanol com apetite para consumir o que os agricultores colhem.

Os preços à vista (valor pago por quem compra milho dos agricultores) estão em alta em muitas localidades do Meio Oeste dos Estados Unidos e são mais caros em relação aos preços futuros. Os produtores de etanol perceberam que a demanda pelo produto é muito forte e estão dispostos a pagar um pouco mais para garantir o milho. O vencimento dezembro do milho na Bolsa de Chicago acumula alta de quase 18% na parcial do ano. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu último relatório de oferta e demanda, elevou sua previsão para o milho consumido internamente pela indústria de etanol, na safra 2021/2022. A disparada dos preços dos ingredientes de fertilizantes também pode estar afetando a oferta futura, potencialmente pressionando os agricultores a plantar menos milho, uma cultura que utiliza um volume expressivo de fertilizantes, em favor de outras culturas, como a soja, que exige menos produto.

Não há dúvida de que os agricultores irão ajustar suas aplicações de fertilizantes para menos ou mudar para soja com qualquer hectare que puderem, a fim de manter os custos do nitrogênio sob controle. Os preços mais altos do milho podem, por sua vez, exacerbar a inflação já vista nos preços dos alimentos. As fracas safras globais foram a causa do aumento de 3,2% nos preços dos grãos em outubro, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Os altos custos dos alimentos se tornaram uma questão premente na América Latina, em particular. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.