17/Nov/2021

Os contratos futuros de milho terminaram em queda na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (16/11). O vencimento março do grão recuou 6,50 cents (1,11%) e fechou a US$ 5,77 por bushel. As cotações do grão foram pressionadas pelo avanço da colheita nos Estados Unidos. Segundo relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 14 de novembro, 91% da safra de milho 2021/2022 havia sido colhida. Os trabalhos estão atrasados em relação a um ano antes (94%), mas adiantados ante a média dos cinco anos anteriores (86%).

Contudo, chuvas previstas para esta semana tendem a limiar a finalização da retirada das lavouras no Meio Oeste. Ainda do lado da oferta, outro fator baixista para o cereal é o plantio acelerado da cultura no Brasil, com 85% da área de milho safra de verão (1ª safra 2021/2022) no Centro-Sul do Brasil já semeada até o dia 11 de novembro, em comparação com 75% uma semana antes e 82% um ano atrás. Na Argentina, chuvas observadas no último fim de semana favorecem a semeadura do cereal. A expectativa de uma menor produção de etanol no País, que é feito majoritariamente à base de milho, também pesou sobre os contratos do cereal.

Analistas esperam que a produção diária de etanol no país tenha recuado para 1 milhão de barris por dia na semana encerrada em 12 de novembro, ante 1,039 milhão de barris por dia produzidos na semana anterior. Se confirmada essa queda, será o menor nível diário de produção em mais de um mês. Para os estoques de etanol, os analistas preveem aumento no indicador semanal de 20,29 milhões de barris para 20,5 milhões de barris. As atuais margens do etanol são vistas como firmes para os produtores, mas os preços do petróleo bruto recuaram em relação às altas de vários anos observadas na semana anterior, o que pesa sobre a competitividade relativa do biocombustível.

Nos Estados Unidos, cerca de um terço da safra de milho é destinada à produção de etanol. Portanto, retração no volume produzido do combustível ou a perda da sua competitividade pode refletir em maior disponibilidade de milho em grão no mercado interno, o que é baixista para os preços do cereal. Além dos fundamentos, a queda do trigo contribuiu ainda para as perdas do milho. Os dois cereais são substitutos na alimentação animal e, por isso, tendem a se mover na mesma direção.