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06/Dez/2021

Tendência de alta do preço do milho no curto prazo

A tendência é altista para os preços do milho neste final de entressafra, com vendedores retraídos, compradores em busca de produto para o último mês do ano, riscos climáticos para a 1ª safra 2021/2022 no Sul do Brasil, cotações futuras em alta na Bolsa de Chicago e dólar no patamar acima de R$ 5,60. Na Bolsa de Chicago, os contratos com vencimentos no primeiro semestre de 2022 oscilam entre US$ 5,85 e US$ 5,90 por bushel. Os preços do milho seguem em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela retração de vendedores, que estão atentos ao clima seco em regiões produtoras da safra de verão (1ª safra 2021/2022). Boa parte dos compradores, por sua vez, indica ter estoques para o curto prazo. Dentre os vendedores e demandantes ativos, observa-se disputa acirrada entre os valores de negociação, o que mantém baixa a liquidez no spot nacional.

No campo, parte das lavouras do Rio Grande do Sul vem sendo prejudicada pelo baixo volume de chuva. Apesar de precipitações terem sido registradas na semana passada, em algumas regiões, como Ijuí, Santa Rosa, Erechim, Frederico Westphalen e Porto Alegre, o déficit hídrico já vinha resultando, pelo menos até o final da semana passada, em folhas enroladas, senescência, inviabilidade do pólen e murchamento. Em Santa Catarina e no Paraná, o volume de chuvas também é baixo, mas o desenvolvimento segue mais satisfatório, com as estimativas ainda indicando recuperação em relação à temporada anterior. Em São Paulo e Minas Gerais, são as altas temperaturas que preocupam os produtores. Ressalta-se que ainda não foram divulgados dados oficiais sobre possíveis quedas na produtividade. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra alta de 3,1% nos últimos sete dias, a R$ 86,86 por saca de 60 Kg.

Na B3, os contratos registraram fortes valorizações, influenciados por temores quanto à temporada brasileira. O contrato Janeiro/2022 tem avanço de 3,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 91,85 por saca de 60 Kg. O vencimento Março/2022 apresenta valorização de 3,3%, a R$ 91,68 por saca de 60 Kg. As valorizações do dólar e dos contratos externos sustentam os preços do milho nos portos. Apesar, disso, as negociações seguem pontuais, com os volumes exportados baixos, e as importações, elevadas. No Porto de Paranaguá (PR), os preços registram leve alta de 0,1% nos últimos sete dias, indo para R$ 85,61 por saca de 60 Kg. No Porto de Santos (SP), o aumento é de 0,8% no mesmo comparativo, a R$ 85,41 por saca de 60 Kg. Quanto ao volume de milho embarcado pelo Brasil em novembro, totalizou 2,4 milhões de toneladas, 41% superior ao do mês anterior, mas queda de 51% na comparação com o mesmo período de 2020.

No acumulado da temporada (de fevereiro/2021 a novembro/2021), o Brasil exportou 14,7 milhões de toneladas, 48% abaixo da temporada anterior. As importações somam 621 mil toneladas, altas de 23% sobre as do mês anterior e de expressivos 197% frente às de novembro/2020. Considerando-se a atual temporada, já chegaram ao Brasil 2,42 milhões de toneladas, bem acima das 929 mil toneladas do mesmo período de 2020. Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura (USDA), 85% da safra de milho havia sido colhida até o dia 28 de novembro, avanço de 10% nos últimos sete dias e acima da média de 79% dos últimos cinco anos. Na Argentina, o plantio atingiu 31,1% da área esperada, avanço de 1,1% em relação à semana anterior. Mesmo com as preocupações com a falta de chuvas, no Paraná, 67% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo; 26%, em floração; e 7%, em frutificação.

No Rio Grande do Sul, a semeadura está na fase final, somando 88% da área estimada, avanço de apenas 2% nos últimos sete dias. Destas, 47% estão em desenvolvimento vegetativo; 26%, em floração; 26%, em enchimento de grãos; e apenas 1%, em maturação. Até o dia 27 de novembro, a semeadura havia somado 95% da área estimada em São Paulo, 99% em Minas Gerais e 97% em Santa Catarina. No Maranhão e na Bahia, os trabalhos de campo chegaram a 10% e 56% das respectivas áreas. Em Goiás, as atividades foram finalizadas. No geral, a semeadura havia atingido 75% da área nacional destinada ao cereal da safra de verão (1ª safra 2021/2022). Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.