08/Dez/2021
Em resposta à demanda de grandes consumidores de milho interessados em garantir a procedência de suas matérias-primas, a Associação de Soja Responsável (RTRS), organização global formada pelos principais representantes da cadeia da soja, lançou nesta terça-feira (07/12) o padrão RTRS para a produção de milho responsável, a exemplo do que vigora para a cadeia de soja desde 2010. A ideia é que produtores com certificação RTRS para a soja obtenham reconhecimento também para sua produção de milho, cumprindo, além dos mais de 100 requisitos estabelecidos para a oleaginosa, outros 14 critérios adicionais para o cereal. A RTRS no Brasil contou que a criação do padrão para milho foi motivada pelo interesse de empresas que já compram soja certificada e pediam o mesmo para o milho. As companhias que já são membros da RTRS e usam milho em seus produtos nos pediram um padrão responsável para o cereal. E outras empresas também solicitaram.
A certificação da produção de milho será opcional para o produtor de soja certificada. Para aqueles que buscarem o selo, serão verificadas questões relacionadas ao manejo de híbridos, uso de defensivos e prevenção de incêndios, entre outras. Tomar os devidos cuidados para prevenir incêndios diz mais respeito ao milho, porque depois da colheita é que vem o período seco. A soja é colhida em uma época mais chuvosa. No caso dos cuidados com variedades híbridas, a preocupação é evitar a contaminação de plantações com variedades diferentes, o que poderia levar a uma perda de eficácia das tecnologias dos híbridos. No Brasil, o produtor tem de seguir as recomendações do fabricante. Alguns países têm leis específicas sobre isso.
A julgar por conversas com empresas compradoras e produtores certificados, há expectativa de uma forte procura pela certificação responsável para o milho. A expectativa é chegar facilmente a 60% da área de soja certificada no Brasil, que hoje é de cerca de 1 milhão de hectares, ou seja, 600 mil a até 700 mil hectares de milho certificados. Das 236 fazendas de soja certificadas conforme o padrão RTRS, entre 150 e 180 podem vir a buscar também a certificação do milho. O volume certificado deve passar de 3 milhões de toneladas de milho no próximo ano. Tradings de grãos e empresas de alimentos interessadas em comprar milho certificado também precisarão se certificar, tal qual determinado para a cadeia de soja. O lançamento dos padrões é válido para outros países com produtores já certificados em soja, como Argentina, Paraguai, Uruguai, China e Índia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.