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31/Jan/2022

Tendência altista para os preços do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho nos mercados externo e interno. Com as quebras na América do Sul – 1ª safra 2022 no Sul do Brasil e safra de verão na Argentina, as cotações futuras em Chicago estão em tendência de alta, sustentadas acima do patamar dos US$ 6 por bushel. Na Bolsa de Chicago, as cotações futuras para os vencimentos em 2022 oscilam em um intervalo entre US$ 5,70 e US$ 6,36 por bushel. A alta dos preços do petróleo, que se aproxima dos US$ 90 por barril do tipo Brent, impulsiona as cotações do etanol de milho, que absorve cerca de 40% da produção do grão nos Estados Unidos. O dólar sustentado em patamares elevados também dá suporte à tendência altista no mercado interno. Na Bolsa de Chicago, os preços do milho seguem em alta, refletindo as tensões entre Rússia e Ucrânia, que podem prejudicar as exportações ucranianas do cereal. A estimativa é de que o país deve embarcar 21 milhões de toneladas do cereal em 2021/2022. Além disso, a alta nos preços do petróleo também dá suporte às cotações, pois melhora a competitividade com o etanol, que é produzido principalmente a partir do cereal.

As cotações do milho continuam em alta na maior parte das regiões produtoras. Mesmo com o avanço da colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022), as preocupações com a redução da produtividade sustentam os preços em algumas localidades. Os compradores, por sua vez, estão restringindo as aquisições, o que acaba limitando os aumentos ou resulta até mesmo em quedas pontuais em regiões consumidoras. Dentre as principais regiões produtoras de safra de verão (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais), os preços apresentam baixa apenas em Minas Gerais e em São Paulo. Na Região Sul do País, apesar de as cotações avançarem com menor intensidade do que nas semanas anteriores, as altas prevalecem nos últimos sete dias. Na Região Sudeste, as boas condições climáticas durante o desenvolvimento das lavouras animam os produtores quanto à produtividade. Assim, algumas regiões já iniciaram a colheita, como São Carlos (SP) e o Triângulo Mineiro (MG). As cotações do produto disponível nessas regiões registram queda de 0,6% e 1,8% nos últimos sete dias, respectivamente.

Especificamente na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&F está cotado em R$ 97,40 por saca de 60 Kg. No acumulado de janeiro, a alta é de 8%. Na Região Sul do País, desde o início de dezembro, as condições climáticas adversas estão impulsionando as cotações, que já superam os R$ 100,00 por saca de 60 Kg em algumas localidades. Nessas regiões, os compradores se preocupam com a oferta nos próximos meses, visto que a produtividade pode ser reavaliada à medida que os impactos do clima são contabilizados. Nas regiões de Ijuí (RS), Chapecó (SC) e oeste do Paraná, as cotações no mercado de lotes (negociação entre empresas) apresentam avanços de 0,7%, 1,4% e 1,9%, nessa ordem. Na média das regiões, nos últimos sete dias, as elevações são de 1,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Para as próximas semanas, com o avanço da colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e a maior disponibilidade da oleaginosa, muito vendedores podem priorizar a comercialização e as entregas da soja.

Além disso, os fretes podem ser reajustados em função da maior demanda das entregas de outros produtos, cenário que pode manter os patamares de preços do cereal mais elevados. Na B3, o vencimento Março/2022 está cotado a R$ 100,32 por saca de 60 Kg, alta de 1,1% nos últimos sete dias. O contrato Maio/2022 registra avanço de 1,7% no mesmo comparativo, a R$ 98,32 por saca de 60 Kg. Ao mesmo tempo que algumas regiões colhem a safra de verão (1ª safra 2021/2022), no Centro-Oeste, com a rápida colheita da soja, os produtores já iniciaram as atividades de semeadura da 2ª safra de 2022, como é o caso de Mato Grosso. A área da 2ª safra de 2022 em Mato Grosso deve crescer 6,6% em relação à temporada 2021, e a produção pode chegar a 39,65 milhões de toneladas, aumento de 21,7%. No Paraná, os produtores têm relatado perdas irreversíveis. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a produção da safra de verão (1ª safra 2021/2022) será 13% inferior à anterior, agora estimada em 2,7 milhões de toneladas. Quanto à colheita, chegou a 8% da área estadual, com apenas 38% das lavouras em boas condições.

Em relação à 2ª safra de 2022 do Paraná, a colheita da soja vem permitindo o avanço na semeadura do cereal. Foram semeados 5% da área até o dia 27 de janeiro. Até o momento, a expectativa é de produção de 15,2 milhões de toneladas, considerável aumento de 165% em relação à temporada 2021. No Rio Grande do Sul, a colheita continua em andamento, mas com grande número de lavouras afetadas pela estiagem. Segundo dados da Emater-RS, divulgados no dia 27 de janeiro, as perdas variam de 16% em Porto Alegre a 65% em Ijuí. A colheita avançou por 34% da área estadual, elevação semanal de 7%. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os efeitos do tempo seco e da falta de chuvas também são observados em algumas regiões do leste da Argentina. Em outras localidades, como Buenos Aires, Córdoba e La Pampa, as precipitações retornaram, e as condições para a temporada 2021/2022 já estão melhores. Até o dia 27 de janeiro, a Argentina contava com 94,4% dos 7,3 milhões de hectares já semeados, avanço semanal de 6,5%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.