ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Mar/2022

Tendência altista para os preços do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiro, com as cotações futuras sustentadas em patamares elevados em Chicago, com a guerra entre Rússia e Ucrânia afetando os embarques na região do Mar Negro. Em Chicago, os futuros para o primeiro semestre de 2022 estão flutuando entre US$ 7,50 e US$ 7,60 por bushel. Vale destacar que há um largo spread entre os vencimentos mais distantes e os mais próximos. Para os vencimentos entre julho e dezembro de 2022, as cotações futuras oscilam em uma faixa entre US$ 6,50 e US$ 7,30 por bushel. As demandas interna e externa aquecidas têm impulsionado as cotações do milho no Brasil. o cereal já é negociado acima dos R$ 100,00 por saca de 60 Kg em muitas regiões. Os consumidores brasileiros têm necessidade de adquirir novos lotes, mas esbarram na retração de vendedores e/ou nos altos patamares de preços praticados no spot.

Agora, os demandantes estão ainda mais apreensivos, tendo em vista que a nova valorização dos combustíveis deve encarecer o frete e, consequentemente, os custos. Quanto à demanda internacional pelo milho brasileiro, tem sido intensificada diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tem resultado em mudanças em rotas de exportadores e em aumento da procura pelo cereal da América do Sul. Assim, as negociações nos portos estão aquecidas sobretudo no Porto de Paranaguá (PR), que detém maior disponibilidade para embarques do cereal. No Porto de Santos (SP), o relato é de que o foco é o recebimento da soja. Nas regiões do norte do Paraná, em Paranaguá (PR), em São Carlos (SP) e em Ijuí (RS), as médias de preços estão próximas ou acima dos R$ 100,00 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a alta é de 5,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 4,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). O Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 3,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 103,57 por saca de 60 Kg, o maior patamar nominal desde agosto.

No Porto de Paranaguá (PR), a alta é ainda mais expressiva, chegando a 9,0% no mesmo comparativo, com média de R$ 109,44 por saca de 60 Kg. Haverá menor oferta de milho no primeiro semestre, devido à quebra de produção da safra de verão (1ª safra 2021/2022), agora prevista em 24 milhões de toneladas. Para o milho 2ª safra de 2022, a projeção da nossa Consultora é de uma safra próxima de 90 milhões de toneladas, acréscimo de 42% em relação à temporada passada, o que pode dar um certo alívio aos compradores nacionais a partir da 2ª safra de 2022. Em termos mundiais, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima produção de 2021/2022 em 1,206 bilhão de toneladas, contra 1,205 bilhão no relatório do mês anterior e 7,4% acima da safra anterior (2020/2021). No entanto, os estoques mundiais finais foram reduzidos para 300,9 milhões de toneladas, ante os 302,2 milhões de toneladas projetados em fevereiro, mas ainda 3% a mais que na safra passada.

A queda reflete ajustes na produção na América do Sul e aumento da demanda na Índia. As exportações da Rússia foram mantidas em 4,5 milhões de toneladas para Rússia, mas há redução de 6 milhões de toneladas nos embarques da Ucrânia, para 27,5 milhões. O USDA pode ter considerado que, como as exportações ocorrem até 30 de setembro, as atividades possam ser retomadas. No campo brasileiro, as altas temperaturas e o baixo volume de chuvas neste início de março vêm preocupando os produtores. No Paraná, o plantio da 2ª safra 2022 alcançou 69% da área estimada. Em Mato Grosso, a semeadura segue acelerada. 94% da área estimada havia sido cultivada até a semana passada. Estimativas indicam aumento de 24% na produção em relação a 2020/2021, somando 40,5 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.