22/Ago/2022
Os futuros de milho fecharam em alta na sexta-feira (19/08) na Bolsa de Chicago, refletindo preocupações com o clima quente e seco na Europa. É possível que a quebra de safra na região seja maior do que a estimada recentemente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na semana passada, em seu relatório de oferta e demanda, o USDA reduziu de 68 milhões de toneladas para 60 milhões de toneladas sua estimativa para a produção de milho da União Europeia. A consultoria FranceAgriMer informou que a parcela da safra francesa em condição boa ou muito boa diminuiu de 53% para 50%, em comparação a 91% um ano antes.
O vencimento dezembro do grão subiu 7,50 cents (1,22%), e fechou a US$ 6,23 por bushel. Segundo o Itaú BBA, os preços do grão na Bolsa de Chicago devem seguir firmes neste mês, sustentados pelo balanço apertado do cereal nos Estados Unidos e por fatores do mercado global. Em relatório mensal, o banco observou que o USDA reduziu sua estimativa para a produção norte-americana na temporada 2022/2023 em 1%, para 364,7 milhões de toneladas. A projeção de estoque final foi cortada em 5,6%, para 35,3 milhões de toneladas.
Não se pode perder do radar que uma continuidade do clima seco e quente tanto em parte do Corn Belt (Cinturão de Grãos nos Estados Unidos) quanto na Europa poderá reduzir ainda mais a oferta de grãos no mundo. No entanto, caso se observe um fluxo maior de milho e trigo saindo da Ucrânia, as cotações poderão apresentar algum arrefecimento adicional. O avanço do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros, impediu uma alta mais acentuada das cotações. O tempo mais ameno no Meio Oeste dos Estados Unidos também limitou a alta.