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26/Set/2022

Tendência de preços firmes para o milho no Brasil

No mercado doméstico de milho, a tendência é de cotações firmes, com os contratos futuros sustentados na Bolsa de Chicago e a forte expansão das exportações brasileiras em 2022. Na Bolsa de Chicago, os futuros com vencimentos em 2023 oscilam entre US$ 6,15 e US$ 6,80 por bushel, ante média histórica dos últimos 10 anos de US$ 4,48 por bushel. No relatório de setembro/2022, o USDA reduziu a projeção de produção dos EUA para 354,7 milhões de toneladas na safra 2022/2023, ante 364,7 milhões de toneladas estimadas em agosto e bem abaixo das 368,4 milhões de toneladas esperadas no início da atual temporada. No Brasil, os preços firmes e em viés de alta, com a demanda interna firme e o forte crescimento de 89% das exportações entre janeiro-setembro/2022, ante o mesmo período do ano anterior. A projeção é de exportações de 38,4 milhões de toneladas pelo Brasil na atual safra, o que poderá reduzir expressivamente os estoques de passagem para a temporada 2022/2023, para 8,0 milhões de toneladas (o que equivale a apenas 38 dias de consumo interno).

Os preços do milho estão firmes no mercado interno, influenciados pela paridade de exportação. Esse cenário é verificado mesmo diante da temporada 2021/2022 (frente aos da safra anterior), da boa expectativa da safra verão (1ª safra 2022/2023) e do atual menor interesse de consumidores domésticos. Nos portos, os valores estão se sustentando, devido às elevações externas, que, por sua vez, são influenciadas por preocupações relacionadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, pela quebra de safra na União Europeia e por incertezas quanto à produtividade das lavouras que estão sendo colhidas nos Estados Unidos. A desvalorização do dólar, no entanto, impediu que os avanços nos portos fossem maiores. Inclusive, os preços nos portos operam em patamares acima dos verificados no spot nacional, contexto contrário do registrado no mesmo período do ano passado, quando os compradores nacionais estavam mais ativos e a demanda internacional estava desaquecida.

Os valores do milho subiram nas regiões consumidoras do Nordeste, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que não detêm grandes estoques no atual período. Por outro lado, estão recuando ligeiramente em importantes regiões produtoras do Centro-Oeste e em partes do Paraná e de São Paulo. Assim, nos últimos sete dias, há queda de 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor), mas alta de 0,7% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Na região consumidora de Campinas (SP), a disponibilidade de mercadoria com preços mais baixos vinda da Região Centro-Oeste é balanceada por pedidas mais elevadas do produto de dentro do estado de São Paulo. O Indicador ESALQ/BM&F está cotado a R$ 84,54 por saca de 60 Kg. No Porto de Paranaguá (PR), os preços registram alta de 0,5% nos últimos sete dias. Nesta parcial de setembro, os valores nos portos de Paranaguá e Santos estão R$ 4,60 por saca de 60 Kg acima do Indicador, enquanto, em setembro/2021, o Indicador estava R$ 16,00 por saca de 60 Kg acima.

Na B3, devidos às boas expectativas com o andamento da safra de verão (1ª safra 2022/2023), os vencimentos futuros estão recuando. O contrato Novembro/2022 tem desvalorização de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 89,66 por saca de 60 Kg. Os contratos Janeiro/2023 e Março/2023 registram baixas de 0,3% e de 0,2%, a R$ 93,45 por saca de 60 Kg e a R$ 95,98 por saca de 60 Kg, respectivamente. Ainda refletindo as negociações de semanas anteriores, os embarques brasileiros seguem elevados, enquanto as importações estão recuando. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 11 dias úteis de setembro, o Brasil exportou 3,7 milhões de toneladas de milho, 31% acima do volume de todo setembro/2021. Quanto às importações, somam 254 mil toneladas na parcial deste mês, bem abaixo das 407 mil de setembro/2021. Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita chegou, até o dia 18 de setembro, em 7% da área total do país, 2% acima da semana anterior. Quanto às condições das lavouras, 52% da safra norte-americana está entre boa e excelente; 27%, em condição média e 21%, em ruim e muito ruim.

De acordo com relatório do dia 22 de setembro da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura da safra 2022/2023 foi iniciada na Argentina, apesar da umidade ainda abaixo do ideal, chegando a 3% da área destinada, atraso de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No Brasil, as chuvas reduziram o ritmo dos trabalhos de campo em parte das regiões do Paraná. Até o dia 20 de setembro, falta apenas 1% da área de milho 2ª safra de 2022 para ser colhida. Da safra verão (1ª safra 2022/2023), os dados indicam que, apesar das precipitações, a semeadura está mais adiantada em comparação com os dois anos anteriores. Assim, 47% da área destinada ao milho já havia sido semeada, sendo que 98% estavam em excelente estado de desenvolvimento e 2%, em médio. No Rio Grande do Sul, 47% da área destinada ao plantio do milho da safra de verão (1ª safra 2022/2023) já foi semeada, avanço semanal de 12%. O tempo seco em algumas regiões do oeste do Estado limitou o avanço da semeadura. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 17 de setembro, a safra de verão (1ª safra 2022/2023) foi semeada em 12,8% da área nacional, avanço anual de 3%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.