27/Set/2022
O cenário é positivo para a produção e a exportação brasileiras de milho. Até 17 de setembro, 99,2% da área semeada com milho 2ª safra de 2022 havia sido colhida de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção total (1ª, 2ª e 3ª safra) está estimada em 113,27 milhões de toneladas, incremento de 30,1% em relação à safra anterior, cuja produção foi de 87,10 milhões de toneladas.
O preço do milho, que esteve firme desde 2020, perdeu sustentação com o avanço da colheita. Apesar da finalização da colheita e maior oferta, o preço retomou a firmeza em meados de agosto, puxado, principalmente por: problemas climáticos e redução das projeções de produção de milho nos Estados Unidos, União Europeia e na China; incertezas referentes à produção e exportação de grãos provenientes da Ucrânia; estoques finais mundiais ajustados; exportação firme. A boa produção e a demanda externa firme levaram ao aumento da exportação brasileira.
Em agosto de 2022, 7,49 milhões de toneladas foram embarcadas, aumento de 72,3% em relação a agosto de 2021, quando 4,33 milhões de toneladas foram exportadas. Neste ano, o principal parceiro comercial foi o Irã, que comprou 23% do milho exportado, seguido do Egito, com 13%, e da Espanha, com 11%. O desempenho da exportação de milho em grão está sendo positivo em 2022. Outro fator que corrobora para este cenário é a abertura das importações por parte da China.
Os trâmites burocráticos estão em fase final e a expectativa é de aumento gradual no volume de milho exportado para o mercado chinês nos próximos anos. Com a boa produção na safra 2021/2022, os estoques finais no País deverão ser maiores do que na safra anterior, porém, ainda historicamente baixos. Atenção, agora, ao clima e ao desenvolvimento das lavouras na Região Sul do País, uma vez que a expectativa é de mais uma temporada de La Niña pela frente. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.