17/Out/2022
A China pode começar a importar milho do Brasil já em dezembro, como parte de um esforço do maior comprador do mundo para reduzir a dependência dos Estados Unidos e substituir os suprimentos da Ucrânia cortados pela invasão russa. Cerca de 45 instalações de empresas como Bunge, Cargill e Archer-Daniels-Midland foram pré-aprovadas pelo Brasil para exportar para a China. O total será maior por causa de grande número de pedidos. A lista final provavelmente será enviada para a China em novembro. A China está tomando medidas para acelerar as importações de milho brasileiro, diversificando a oferta em um momento em que a guerra na Ucrânia interrompeu o comércio e as tensões com os Estados Unidos aumentam.
Uma alta de mais de 20% nos futuros de milho de Chicago em menos de três meses, agravada por um dólar americano mais forte, aumentou a urgência de encontrar cargas alternativas. A China também está restringindo as exportações de amido de milho, em um sinal de preocupação do país com a oferta. Embora o Brasil seja o segundo maior exportador de milho do mundo, a China quase nunca comprou da potência agrícola nos últimos nove anos devido a preocupações fitossanitárias. Em reunião neste ano em Brasília, as duas nações finalmente chegaram a um acordo sobre diretrizes sanitárias após anos de negociações, abrindo caminho para as compras.
A medida ameaça a participação dos Estados Unidos nas importações chinesas. A Bunge lidera a lista com 20 empresas aprovadas pelo Brasil para exportar milho para a China. Assim que a China aprovar os nomes, as companhias negociarão diretamente com os compradores do país asiático. A China já compra a maior parte da soja do Brasil, outro ingrediente alimentar para seu enorme rebanho de suínos. A nação asiática tem um histórico de se afastar dos suprimentos agrícolas dos Estados Unidos em um momento de tensões crescentes, como em 2018-2019 durante a guerra comercial com Donald Trump, e tem um objetivo mais amplo de reduzir a dependência de um único fornecedor. Fonte: Bloomberg. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.