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31/Out/2022

Tendência altista para os preços do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho no mercado brasileiros, com as cotações futuras sustentadas em Chicago, dólar em alta, exportações brasileiras muito aquecidas e elevação da paridade de exportação nos portos do País. As quebras na safra 2022/2023 dos Estados Unidos e da Europa e as dificuldades de embarques pela Ucrânia seguem abrindo mercados para o grão brasileiro. As exportações brasileiras de milho registram expressivo crescimento de 113% entre janeiro e outubro de 2022, ante o mesmo período do ano anterior. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 6,20 a US$ 6,85 por bushel, muito próximo da faixa da semana anterior, que foi de US$ 6,20 a US$ 6,90 por bushel, e ainda bem superior à média histórica dos últimos 10 anos de US$ 4,48 por bushel. O tempo mais firme nos últimos dias tem permitido o avanço dos trabalhos de campo envolvendo milho na maior parte das regiões produtoras da safra de verão (1ª safra 2022/2023).

Vale lembrar que, há algumas semanas, chuvas vinham atrasando a semeadura. Mesmo com a melhora no andamento das atividades, os produtores estão limitando a oferta, atentos aos preços praticados nos portos. Nesse cenário, os compradores já relatam dificuldade nas aquisições de novos lotes, tanto no spot quanto a termo. O Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra avanço de 0,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 85,35 por saca de 60 Kg. Em outubro, a alta é de 1,1%. Nos últimos sete dias, os preços apresentam elevação de 0,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os preços até iniciaram a semana passada em alta, mas recuaram diante do fraco ritmo de negócios no spot. Os vencimentos Novembro/2022 e Janeiro/2023 apresentam recuo de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 86,39 por saca de 60 Kg e a R$ 91,30 por saca de 60 Kg, respectivamente. Os valores do milho nos portos seguem mais atrativos que os registrados no interior, sustentados pelas valorizações do dólar e externa.

Em outubro, as médias de preços do milho nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estão R$ 5,00 por saca de 60 Kg acima da do Indicador ESALQ/BM&F, cenário que aumenta o interesse dos vendedores em negociar lotes para exportação. Para as entregas em novembro e dezembro, as médias dos valores nos portos estão em R$ 91,00 e R$ 92,00 por saca de 60 Kg. Quanto aos embarques, os volumes na parcial de outubro já superam os do mesmo período do ano anterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o dia 21 de outubro (14 dias úteis), as exportações de milho somavam 5,090 milhões de toneladas, contra 1,790 milhão de toneladas em todo mês de outubro de 2021. As importações, por outro lado, totalizam 281 mil toneladas em outubro, abaixo das 503 mil que chegaram ao Brasil há um ano. Para os próximos meses, a demanda pelo cereal brasileiro pode seguir firme, devido à redução na produção de milho na União Europeia, que pode chegar a 54,9 milhões de toneladas, o menor volume em 15 anos. Com isso, estima-se que as importações do bloco europeu somem 22 milhões de toneladas, o que seria a maior dos últimos quatro anos.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 35,8% da área estimada de milho 1ª safra do Brasil havia sido semeada até o dia 22 de outubro, contra 30,9% da semana anterior, mas ainda abaixo dos 37,6% no mesmo período do ano passado, com avanços mais significativos nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, apesar das ocorrências de chuvas e da prioridade dada à colheita de trigo e/ou semeadura de soja, as atividades envolvendo o milho avançaram 3%, chegando a 73% da área estimada até o dia 27 de outubro. No Paraná, 82% da área foi semeada até o dia 24 de outubro, frente a 78% da semana anterior. A produção de 2022/2023 está estimada em 3,88 milhões de toneladas, pouco abaixo das 3,9 milhões relatadas em setembro, mas ainda 31% superior à de 2021. Em Santa Catarina e em São Paulo, o avanço da semeadura entre as duas últimas semanas foi de 2% e 8%, chegando a 77% e a 12%, respectivamente, de acordo com dados da Conab do dia 22 de outubro.

Na Argentina, as chuvas retornaram, mas a semeadura segue atrasada em relação ao ano anterior. Dados do dia 27 de outubro da Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam que 21,8% da área havia sido semeada (7,3 milhões de hectares), avanço semanal de 4,8%, mas ainda 5,8% atrasados em relação a 2021. Quanto à colheita nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 61% da safra de milho havia sido colhida até o dia 23 de outubro, contra 45% na semana anterior e acima da média dos últimos cinco anos (52%). Os dados de etanol, apresentados pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos, indicaram que, na semana finalizada em 21 de outubro, os estoques somavam 22,3 milhões de barris, aumento de 2,3% em relação à semana anterior. Diante do avanço da colheita nos Estados Unidos, dos dados dos estoques de etanol elevados e de preocupações com os embarques por meio do Rio Mississipi, os vencimentos futuros estão recuando. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.