01/Nov/2022

Os futuros de milho fecharam em alta nesta segunda-feira (31/10) na Bolsa de Chicago, influenciados pelo desempenho do trigo. Os dois grãos tendem a se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. Incertezas quanto ao futuro do corredor de grãos no Mar Negro também deram suporte às cotações. No dia 29 de outubro, a Rússia afirmou que suspenderia o acordo, após um suposto ataque de drone ucraniano contra navios da frota russa do Mar Negro ancorados na costa da Crimeia ocupada. O vencimento dezembro do grão subiu 10,75 cents (1,58%), e fechou a US$ 6,915 por bushel.

A consultoria russa SovEcon afirmou que os movimentos nos mercados de grãos podem ser particularmente fortes porque muitos fundos terão de cobrir posições vendidas. No caso do milho, analistas também destacam que a colheita da Europa nesta temporada foi a menor em 15 anos. Os ganhos foram limitados pelo fortalecimento do dólar no mercado internacional e pela queda do petróleo. A alta da moeda norte-americana torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros, enquanto o recuo do petróleo diminui a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho.

Os outros mercados financeiros estão negativos, com ações e petróleo em baixa e o índice do dólar em alta. No Brasil, a AgRural informou que o plantio da safra de verão (1ª safra 2022/2023) de milho alcançou, no dia 27 de outubro, 56% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, em comparação com 51% uma semana antes e 63% em igual período do ano passado. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 422.288 toneladas de milho foram inspecionadas para exportação em portos do país na semana até 27 de outubro, queda de 10,64% ante a semana anterior.