11/Nov/2022
O governo do México afirmou que não pode fazer compras de milho dos Estados Unidos porque não quer o cereal geneticamente modificado. A decisão acontece em meio à pressão dos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial, sobre o futuro das importações. O México não comprará transgênicos, sob o argumento de que falta investigação científica sobre seus efeitos. O México tem um decreto presidencial que visa banir o milho geneticamente modificado em 2024 e eliminar gradualmente o herbicida glifosato, encontrado no Roundup. Como a maioria dos países, grande parte das compras de milho no México é feita por empresas privadas, incluindo grandes traders de commodities como Cargill e Bunge.
Segundo o Ministério da Agricultura do México, o país está pronto para reduzir pela metade suas importações de milho dos Estados Unidos quando o decreto entrar em vigor, e está considerando acordos diretos com agricultores para garantir as importações de milho não transgênico. O país é autossuficiente principalmente em milho branco, mas há décadas importa grandes quantidades de milho amarelo, principalmente de fornecedores dos Estados Unidos, para a indústria pecuária, bem como para a produção de alimentos industriais como cereais e molhos. O país importa cerca de 17 milhões de toneladas de milho dos Estados Unidos por ano e está a caminho de importar ainda mais este ano.
Os lobbies agrícolas dos Estados Unidos insistem que a proibição causará bilhões de dólares em danos econômicos. O governo norte-americano discutiu as diferenças com o México sobre as exportações de milho, destacando a importância de evitar uma interrupção nas exportações de milho dos Estados Unidos. O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, pediu clareza sobre a proibição do milho transgênico no México, dizendo que os Estados Unidos podem usar o pacto comercial USMCA para desafiar as políticas do México, se necessário. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.