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13/Jan/2023

RS: seca leva à corte na projeção da safra de verão

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cortou em 0,5% sua estimativa de área plantada com milho safra de verão (1ª safra 2022/2023), para 4,401 milhões de hectares. A produtividade projetada para o cereal foi reduzida em 2,3%, para 6,012 toneladas por hectare. Houve uma redução de área em Minas Gerais. Esse movimento é observado principalmente em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. São Estados nos quais têm sido marcante a diminuição da área de milho safra de verão (1ª safra) para migração para soja. Sobre a produtividade, a principal diferença de rendimento foi observada no Rio Grande do Sul, em virtude de o Estado enfrentar a terceira safra seguida com seca. O milho já iniciou a colheita no Rio Grande do Sul com baixas produtividades e a Conab reduziu a estimativa para o Estado em 8,5%.

Como o Rio Grande do Sul é o maior Estado produtor de milho safra de verão (1ª safra), qualquer redução causa muito impacto no cenário nacional. No Brasil, a redução da estimativa foi de 2,8% (-760 mil toneladas) para 26,461 milhões de toneladas, puxada pelo Rio Grande do Sul, que se reflete na produção total de milho. O milho safra de verão (1ª safra 2022/2023) está 90,1% semeado, o que não é motivo para preocupação, pois está dentro da normalidade. O Rio Grande do Sul já colheu 5% da área prevista. O plantio da 2ª safra de milho de 2023 inicia em janeiro e os primeiros levantamentos da cultura começam a ser realizados pela estatal no fim do mês. A Conab reduziu a sua previsão de safra 2022/2023 de grãos de 312,20 milhões de toneladas para 310,95 milhões de toneladas.

Apesar do corte, a produção estimada ainda seria se confirmada, 14,5% maior, ou 39,3 milhões de toneladas a mais. A permanência do La Niña é a principal motivadora para essa redução dos números. As principais reduções ocorreram no Rio Grande do Sul. Durante o mês de novembro/2022, Mato Grosso, São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul apresentaram volumes baixos de chuva, a exceção do Paraná e Santa Catarina. Em dezembro/2022, as chuvas vieram em volumes bons para o cinturão produtor, como na Região Centro-Oeste, MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Região Sudeste, mas no Rio Grande do Sul, foram dois meses seguidos com chuvas abaixo de 90 milímetros. Isso é muito pouco, principalmente nesse período, em que as plantas estão em fase reprodutiva, com maior demanda hídrica, especialmente na fronteira.

A previsão climática para este mês mostra um cenário ainda crítico de falta de chuvas no Rio Grande do Sul. Há previsão de chuvas abaixo de 150 milímetros para o Estado. Caso se concretize neste volume, já seria favorável, mas é um volume baixo se comparado com o restante da região produtora de grãos do País. A situação é preocupante. Já no cinturão de Mato Grosso, Tocantins, Goiás e no Triângulo Mineiro (MG), a previsão aponta um bom volume de chuvas, próximo de 200 milímetros. A previsão também é favorável para Paraná, São Paulo e Santa Catarina, com boa situação de chuvas para conclusão do ciclo das lavouras da safra de verão (1ª safra 2022/2023), assim como na Bahia, e início da semeadura das cultuas da 2ª safra de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.