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17/Jan/2023

Desempenho das exportações brasileiras em 2022

A demanda externa aquecida favoreceu a exportação do grão brasileiro. O Brasil conquistou a posição de grande exportador mundial de alimentos e em 2022 tivemos um marco no mercado do milho, iniciamos a exportação do grão para China, além de continuarmos sendo um dos principais fornecedores de milho no mercado internacional. Considerando a safra de verão (1ª safra 2022/2023), 2ª e 3ª safras, está prevista uma produção de 125,06 milhões de toneladas na temporada atual (Conab), volume 10,5% maior que o colhido na safra passada (2021/2022). Os relatórios de monitoramento revelam uma perda de produtividade nas lavouras da safra de verão (1ª safra 2022/2023) por causa do clima, sobretudo na Região Sul do País. As regiões produtoras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estão entre as mais afetadas. Apesar da redução, a expectativa é que a safra de verão (1ª safra 2022/2023) seja 5,7% maior que a safra passada, chegando em 26,46 milhões de toneladas produzidas.

Para o milho de 2ª safra, a expectativa é positiva e a projeção é de colheita recorde, com o volume estimado em 96,27 milhões de toneladas, 12,1% maior que na safra passada. Esse aumento se deve à expansão da área semeada e do aumento da produtividade. Em 2022, o preço do milho começou o ano em alta, com o estoque de passagem menor e expectativa de redução na produtividade da safra de verão (1ª safra 2021/2022). No segundo trimestre, o bom volume da segunda safra pressionou os preços, que não caíram mais em função da baixa oferta mundial em consequência do conflito entre Rússia e Ucrânia. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em 2022, o maior preço foi de R$107,50 por saca de 60 Kg e o menor foi de R$ 81,50 por saca de 60 Kg, tendo como referência a região de Campinas (SP). O cenário internacional favoreceu a exportação, em meio a uma oferta restrita, possibilitando a abertura de mercados, como a China.

Em 2022, o Brasil exportou 43,4 milhões de toneladas de milho em grão (Secex), recorde para o histórico analisado. O volume aumentou 44,8% na comparação com a média dos últimos cinco anos. O faturamento foi de US$ 12,3 bilhões, aumento de 136,2% em relação à média dos últimos cinco anos. Os principais destinos foram: Irã (15,2%), Espanha (11,4%) e Japão (11,3%). A China que começou a importar em novembro, absorveu no ano 1,17 milhão de toneladas e representou 2,7% da exportação. Para a temporada atual (2022/2023), a estimativa é de que o Brasil exporte 45,0 milhões de toneladas, frente às 43,5 milhões de toneladas exportadas no ciclo anterior. A expectativa da produção frente a demanda interna e externa favorece o aumento dos estoques, mas ainda abaixo do que já fora observado em anos anteriores. Mesmo com a expectativa da oferta maior, a exportação deve manter os preços sustentados, principalmente tendo a China importando. O senão fica por conta do clima, que pode frustrar as previsões e alterar o cenário apresentado. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.