17/Jan/2023
O Itaú BBA vê espaço limitado para quedas dos contratos futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago, mesmo com a prevista diminuição da demanda global. Diante de uma perspectiva de um balanço global de oferta e demanda ainda apertado, de olho no La Niña na América do Sul, das consequências da seca na Europa e da abrupta revisão para baixo da produção na Ucrânia e de suas condições de exportação. As cotações do grão ganharam força na Bolsa de Chicago desde o mês de dezembro, influenciadas principalmente pela seca que afetou as lavouras do cereal na Argentina e na Região Sul do Brasil. O mercado também foi impulsionado pelos ataques russos à rede de energia da Ucrânia, o que diminuiu o ritmo de embarque de grãos.
Contudo, uma das principais preocupações do mercado é o menor consumo de milho na safra 2022/2023, lembrando que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) diminuiu em 2,6% a expectativa de demanda pelo grão em relação ao ciclo anterior em seu último relatório. Olhando especificamente o mercado norte-americano, a redução é ainda maior quando se observam as estimativas para as exportações na safra 2022/2023, que estão em torno de 52,7 milhões de toneladas, 24,5% inferiores aos números do ciclo anterior. Dados de utilização de milho para a produção de etanol no país também têm desapontado o mercado.
No Brasil, a instituição financeira considera que os preços do grão ainda podem recuar e apresentar "desconto" em relação às cotações internacionais no curtíssimo prazo em meio a eventuais vendas da 2ª safra de 2022, que podem ser feitas pelos produtores antes da entrada da safra de soja para liberar armazéns. Por outro lado, novos cortes nas perspectivas de produção na Argentina e no Rio Grande do Sul poderão reverter esse cenário. Além disso, no médio/longo prazo também há uma possibilidade de queda das cotações no País, descolando dos fundamentos, pelas últimas estimativas indicarem a 2ª safra de 2023 como a maior da história. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.